A aviação russa bombardeou, esta sexta-feira, bastiões rebeldes na Síria, horas antes da entrada em vigor do cessar-fogo acordado no país, revelou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
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Segundo esta Organização Não-Governamental (ONG), "os bombardeamentos russos, mais intensos do que o habitual sobre bastiões rebeldes", ocorreram durante a noite e prolongaram-se até esta manhã.
Os alvos foram Ghouta oriental, a leste de Damasco, o norte da província de Homs (no centro) e o oeste da província de Aleppo, no norte, segundo disse à AFP o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahmane.
Os Estados Unidos da América (EUA) e a Rússia chegaram a um acordo de cessar-fogo na Síria a partir da meia-noite de sábado em Damasco (22 horas em Portugal continental).
A cessação das hostilidades - que desde há cinco anos provocou centenas de milhares de mortos e milhões de refugiados - não abrange no entanto o grupo jiadista Estado Islâmico (EI) e a Frente al-Nursa, o ramo da al-Qaeda na Síria.
Bashar al-Assad confirmou também estar pronto para contribuir para a implementação do cessar-fogo.
Neste conflito, que já fez mais de 270 mil mortos e provocou a deslocação de mais de metade da população síria, a Rússia e o Irão apoiam militarmente o regime de al-Assad, enquanto os EUA, a Arábia Saudita e a Turquia, entre outros, apoiam os rebeldes.
Esta semana, os principais grupos da oposição síria afirmaram o seu compromisso com uma "trégua temporária de duas semanas", através de um comunicado publicado sobre o cessar-fogo.