
O presidente russo Vladimir Putin
Foto: Alexander Zemlianichenko/POOL/EPA
As autoridades russas incluíram, esta segunda-feira, na lista de extremistas e terroristas o ex-primeiro-ministro Mikhail Kasyanov, muito crítico da guerra na Ucrânia e que abandonou a Rússia pouco depois do início do conflito.
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A informação surgiu no portal da Rosfinmonitoring, o supervisor financeiro russo, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Também foram incluídos na lista a jurista Elena Lukianova, o editor-chefe do jornal Novaya Gazeta Europa, Kiril Martonov, e o economista Serguei Guriev.
Os quatro fazem parte do Comité Antibélico da Rússia, instituição contra a qual foi aberto um processo-crime em outubro.
Os membros do comité são acusados pelas autoridades russas de criar uma organização terrorista e planear a tomada do poder.
Kasyanov, 67 anos, ocupou o cargo de primeiro-ministro da Rússia entre 2000 e 2004, durante o primeiro mandato presidencial de Vladimir Putin.
Desde 2005, o político passou-se para a oposição e criticou ativamente as autoridades, em particular o Presidente Vladimir Putin.
Em junho de 2022, pouco depois do início da guerra na Ucrânia, Kasyanov abandonou a Rússia e vive no exílio.
No início de outubro, participou num debate numa universidade em Brno, na Chéquia, durante o qual defendeu que "qualquer sucessor de Putin será mais moderado e tentará negociar com o Ocidente".
"Mas será ainda um período muito difícil", advertiu então, segundo o portal da Universidade Masaryk.
Kasyanov disse na altura que a propaganda russa enganou eficazmente uma grande parte da população da Rússia.
"Muitos russos sentem-se traídos, como se o mundo inteiro se tivesse armado contra eles", afirmou.
"Só agora estão a começar a perceber que as centenas de milhares de mortes [na Ucrânia] são o preço pelo silêncio, pela falta de resistência e pela incapacidade de confrontar o ditador [Putin]", acrescentou.
