
O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov
Foto: Olesya Kurpyayeva/AFP
A Rússia criticou as "declarações belicistas" do ministro da Defesa alemão que afirmou que Moscovo estará a preparar-se para atacar um país da NATO antes de 2029, noticiou, esta segunda-feira, um jornal russo.
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A reação às declarações de Boris Pistorius, publicadas sábado numa entrevista ao jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Zeitung", foram feitas domingo pelo porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, que negou que a Rússia estaria a preparar-se para lançar um ataque contra um país da ala oriental da NATO antes de 2029.
Citado hoje pelo diário russo "Kommersant, Peskov" referiu que a Rússia "não defende qualquer confronto com a NATO". "Mas somos forçados a tomar medidas para garantir a nossa segurança", frisou, lamentando que "a retórica belicista seja cada vez mais ouvida na Europa".
"Este tipo de declarações não melhora em nada a situação", salientou Peskov, posição também foi defendida pela porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, para quem as declarações de Pistorius "não deixam dúvidas sobre quem age como agressor", de acordo com a agência de notícias russa TASS.
Na entrevista ao "Frankfurter Allgemeine Zeitung", Pistorius precisou que um ataque da Rússia a um país da NATO em 2029 "não seria impensável", antes de argumentar que, após a restauração das Forças Armadas, a Rússia "estará em condições" de lançar um ataque deste tipo contra um Estado-membro da ala oriental. "Sempre dissemos que isto podia acontecer a partir de 2029. No entanto, agora há outros que dizem que isso poderá ser possível já a partir de 2028, e alguns historiadores militares até acreditam que o verão passado já foi o último em paz", afirmou o ministro da Defesa alemão.
Pistorius também destacou que a NATO terá de se defender, pois "tem um potencial dissuasivo considerável". "Convencional, mas, é claro, também nuclear", concluiu o ministro alemão.
