O Kremlin condenou esta quarta-feira a decisão do Governo britânico de aumentar o arsenal nuclear pela primeira vez desde o fim da União Soviética.
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"Lamentamos que a Grã-Bretanha tenha escolhido a via que a leva a aumentar as armas nucleares", afirmou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
"Esta decisão prejudica a estabilidade mundial e a segurança estratégica", acrescentou.
O Governo britânico decidiu na terça-feira aumentar o teto do seu arsenal nuclear pela primeira vez desde a queda da União Soviética, no âmbito da sua revisão estratégica de segurança, defesa e política externa.
A revisão estratégica define também a Rússia como a maior ameaça para o Reino Unido.
As relações entre Londres e Moscovo têm-se deteriorado nos últimos anos, sobretudo após as operações de envenenamento de dissidentes russos em território britânico.
"Não há nenhuma ameaça por parte da Rússia", frisou Peskov, considerando "inaceitável afirmar-se o contrário".
Segundo o relatório publicado na terça-feira, Londres prevê aumentar de 180 para 260 o número de ogivas nucleares (uma subida de 45% em relação ao limite máximo anterior), terminando com o desarmamento progressivo iniciado após a dissolução da União Soviética, há trinta anos.
De acordo com o documento, a mudança foi justificada pela "crescente gama de ameaças tecnológicas e doutrinárias".
As medidas vão contra os objetivos internacionais de luta contra a proliferação, poucas semanas depois de a Rússia e os Estados Unidos terem alcançado um entendimento sobre o prolongamento do tratado sobre limitação de armas nucleares.
"A existência de armas nucleares é uma ameaça para a paz na Terra", concluiu Peskov.