A Rússia advertiu, esta segunda-feira, que a paz na Europa pode estar ameaçada se a pacificação da situação na Ucrânia falhar e acusou os ultra nacionalistas ucranianos de estarem a violar a legalidade.
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"Esforços conjuntos entre o povo ucraniano e a comunidade internacional têm de conseguir pôr fim ao racismo, à xenofobia, à intolerância étnica e à glorificação dos nazis e dos cúmplices de Bandera", refere um relatório do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
O documento da diplomacia de Moscovo refere-se diretamente a Stepan Bandera, líder do Exército Insurgente Ucraniano (UPA), que combateu os soviéticos em colaboração com a Alemanha nazi durante a Segunda Guerra Mundial.
O relatório, que tem como título "Livro Branco", refere também que os ultranacionalistas, extremistas e neonazis "monopolizaram" o movimento de protestos na Ucrânia cometendo ilegalidades "em grande escala" contra russófonos da Ucrânia.
O estudo do Ministério dos Negócios Estrangeiros está a ser divulgado através de páginas oficiais de organismos do Estado russo e sublinha que se verificaram uma série de "violações contra a legalidade" assim como "atos de tortura" e "tratamentos desumanos" na Ucrânia, entre novembro de 2013 e o passado mês de março.
O relatório inclui fotografias dos confrontos que se "generalizaram" depois da deposição do ex-presidente Viktor Yanukovich, que recusou assinar um acordo político e económico entre a Ucrânia e a União Europeia.
Alemanha faz apelo à Rússia
Por outro lado, o governo alemão pediu à Rússia um maior envolvimento de Moscovo no sentido de parar a violência na Ucrânia e estabilizar a região de modo a que se possam realizar "em todo o país" e em condições de segurança as eleições presidenciais marcadas para o dia 25.
"A Rússia deve fazer mais em relação à escalada de violência na Ucrânia", disse em conferência de imprensa, em Berlim, Steffen Seibert, porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel.
Seibert disse ainda que os referendos separatistas que as milícias pró-russas querem organizar nas regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk no dia 11 "não têm legitimidade democrática".
"Não favorecem a paz mas sim ajudam à escalada do conflito", disse o porta-voz.
Apesar das dificuldades, Berlim confia que as eleições presidenciais podem realizar-se na data marcada para que "as autoridades de Kiev contem com uma nova legitimidade democrática" defendeu um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão na mesma conferência de imprensa.