A questão do reforço das sanções contra Teerão entrou no "plano prático", anunciou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Andrei Nesterenko. "Realmente, a questão de novas sanções entrou no plano prático", sublinhou.
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"A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e a comunidade internacional continuam a ter interrogações sobre o programa nuclear iraniano, nomeadamente, no que respeita à construção de uma nova geração de centrifugadoras", afirmou Nesterenko.
"É precisamente nessas centrifugadoras que o Irão enriquece o urânio até 20 por cento", acrescentou o diplomata russo.
Andrei Nesterenko reafirmou que a Rússia reconhece ao Irão o direito de desenvolver o programa nuclear civil, mas insiste que Teerão tem de dar respostas à comunidade internacional.
"Acções de Teerão, como o processo de enriquecimento de urânio até 20 por cento e a decisão de construir dezenas de novas fábricas de enriquecimento, vão contra as exigências das respectivas resoluções do Conselho de Segurança da ONU", exemplificou.
Segundo o diplomata russo, "isso não contribui para o início de um diálogo construtivo e aumenta as dúvidas sobre a sinceridade das intenções de Teerão de conseguir, o mais depressa possível, a normalização da situação, incentivando o aumento da pressão por parte do Conselho de Segurança".
O grupo dos cinco+um (os cinco membros do Conselho de Segurança - Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia - e a Alemanha) reúne-se hoje em Nova Iorque para a imposição de novas sanções ao Irão.
A China, aliado tradicional de Teerão, anunciou que vai participar na primeira ronda de negociações.
O regime iraniano está em conflito com grande parte da comunidade internacional devido ao programa nuclear e por recusar suspender o enriquecimento de urânio.
A comunidade internacional receia que o Irão oculte a pretexto de um programa nuclear civil a tentativa de se dotar da arma nuclear.