Seis províncias do sul de Angola estão afetadas pela seca, com as autoridades governamentais no terreno a avaliar a situação para intervir.
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João Baptista Kussumua, ministro da Assistência e Reinserção Social angolano, disse à imprensa que a falta de chuva atinge localidades das províncias do Namibe, Huíla, Cunene, Cuanza Sul, Benguela e Cuando Cubango.
Segundo o governante, estas regiões beneficiam de um programa do Governo angolano criado em maio de 2013, tendo sido distribuídas nas zonas afetadas toneladas de meios e produtos alimentares que "foram mantendo as populações até agora".
"Trabalhamos com os governos provinciais, que fazem o levantamento da situação, quer seja pior ou não. Mas temos que ouvir e esperar que os governos provinciais nos possam dizer qual é a situação atual na sequência dos esforços que o Governo" tem vindo a fazer, disse o ministro.
O governante acrescentou que uma comissão está a trabalhar neste problema, garantindo "toda a tranquilidade porque a situação está suficientemente catalogada, conhecida, apenas em andamento para a conclusão do programa de apoio às populações do sul de Angola".
Na província da Huíla, o município de Quipungo é um dos atingidos, onde 150 famílias estão a passar dificuldades face à seca, deixando destruídas as culturas de milho e feijão.
De acordo com o diretor municipal da agricultura local, Pascoal Simão, há cerca de cinco anos que a situação é a mesma.
"Este é o ano que mais difícil tem sido para a população camponesa", referiu Pascoal Simão, em declarações à rádio pública angolana.
Além da produção agrícola, a estiagem está a afetar também o gado bovino naquela localidade.
O município de Caimbambo, na província de Benguela, é igualmente um dos que está a sofrer com a seca, estando as populações a arranjar como alternativa à produção agrícola a produção de carvão.
Entretanto, o abate indiscriminado de árvores pela população para produzir carvão está a preocupar as autoridades da região.
"O que foi trabalhado secou, não há o que comer, a nossa única saída tem sido o carvão para trocar por comida", disse um soba (autoridade tradicional) da região.