"Somos as netas das bruxas que não puderam queimar". Sete mil mulheres protestam em Madrid
Cerca de sete mil mulheres formaram este sábado, em Madrid, uma cadeia humana, com sete quilómetros de extensão, para denunciar a discriminação e a violência contra as mulheres.
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Tratou-se de uma ação de protesto que visou dar continuidade a uma anterior manifestação, ocorrida o ano passado e que terminou com a leitura de um manifesto nas Portas do Sol, na capital espanhola.
A maioria das manifestantes apareceu vestida com roupas e adereços de cor roxa, dando as mãos numa longa cadeia humana. A longa fila, com cerca de sete quilómetros, percorreu as ruas do centro de Madrid, como Alcalá, o Paseo del Prado, a Ronda de Atocha e Toledo, as ruas Bailén e Opera.
A manifestação alude a diferentes temas de luta, como antirracismo, autodefesa feminina, insegurança e assistência no trabalho, corpo, diferença sexual e de género, aposentação decente, educação feminina e direito à habitação.
Com cartazes e slogans nas camisolas, onde se lia, por exemplo, "Este sistema mata", "A terra não é sua, os nossos corpos também não" ou "Nós somos as netas das bruxas que tu não puderam queimar", as manifestantes denunciaram ainda situações de discriminação no trabalho e no acesso à educação, numa sociedade ainda dominada pela "doutrina patriarcal".
Perante a adesão ao protesto, os porta-vozes da organização congratularam-se com o facto de esta iniciativa "combativa e dissidente" ter feito "parar" a capital espanhola e demonstrado a força e a capacidade de organização das mulheres.
Um "mês de revolta", em direção ao Dia da Mulher - 8 de março - "combativo e dissidente" foi um dos lemas difundidos pela organização do protesto.