Funeral de jovem assassinado pela polícia juntou este sábado centenas na maior mesquita de Nanterre. Presidente Emmanuel Macron adia visita oficial à Alemanha, prevista para este domingo.
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Centenas de pessoas confluiram na manhã de hoje à mesquita de Ibn Badis, em Nanterre, para cumprir o rito funerário muçulmano e prestar uma última homenagem ao jovem Nahel Merzouk que, na terça-feira, perdeu a vida na ação precipitada de um agente policial numa vulgar operação stop. Rostos cobertos por véus e mágoa rumaram depois ao cemitério de Mont-Valérien onde Nahel, de 17 anos, foi sepultado. A torrente incendiária que nos últimos dias deflagrou no país traduziu-se na noite de sexta-feira em mais de 1300 detenções. O presidente francês, Emmanuel Macron, cancelou a visita de Estado à Alemanha, agendada para este domingo.
Se o homicídio de Nahel, às mãos das forças de segurança, desencadou uma onda explosiva de ira e revolta, a atingir cidades como Nanterre, Paris, Lyon, Estrasburgo ou Marselha, o dia do seu funeral congregou em torno da mesquita de Ibn Badis uma multidão silente e consternada que entoou a Salat al-Janazah, oração fúnebre muçulmana que antecedeu o enterro do corpo do adolescente, às 14h30, na praça muçulmana do cemitério de Mont-Valérien.