Ao 35.º dia de guerra, os bombardeamentos constantes na região de Chernihiv vieram deitar por terra a promessa russa de uma diminuição da atividade militar. Completamente arrasada, a cidade de Mariupol continua entre os principais alvos das forças do Kremlin. E Putin já avisou: o cerco à cidade portuária só termina mediante rendição.
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- Apesar do anúncio da redução das operações das forças russas, na sequência da ronda negocial entre Kiev e Moscovo em Istambul, as sirenes antiaéreas voltaram a tocar em várias cidades ucranianas, incluindo na capital.
- As tréguas prometidas em Chernihiv, no norte da Ucrânia, não foram cumpridas. Segundo o governador da região, Viacheslav Chaus, "a 'atividade diminuída' foi demonstrada pelo inimigo realizando ataques a Nizhyn e atingindo Chernihiv durante toda a noite".
- A cidade de Lysychansk, na região separatista de Lugansk, foi bombardeada por artilharia pesada durante a manhã desta quarta-feira, com danos em áreas residenciais.
- Novas imagens de satélite mostram quarteirões residenciais inteiros destruídos no centro da martirizada cidade ucraniana de Mariupol, onde estarão ainda cerca de 160 mil pessoas retidas. Veja aqui o arrepiante antes e depois.
- Em Mariupol, dezenas de ucranianos que estavam a ocupar uma maternidade foram levados à força para a Rússia. De acordo com as autoridades locais, mais de 20 mil residentes na cidade já terão sido retirados "contra a sua vontade" para o país vizinho. Também em Mariupol, as forças russas atacaram uma instalação da Cruz Vermelha na cidade. "Aviões inimigos dispararam contra um edifício marcado com uma cruz vermelha sobre fundo branco, indicando a presença de feridos ou carga civil ou humanitária", anunciou Kiev.
- O Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados estimou, esta quarta-feira, que cerca de 4,02 milhões de pessoas já deixaram a Ucrânia desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro. Contas feitas, um em cada 11 ucranianos passaram a fronteira do país.
- 1665 pessoas foram retiradas, nas últimas horas, de Mariupol e de outras cidades próximas, através de corredores humanitários.
- O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia não identificou nada realmente promissor ou que parecesse um avanço nas negociações de paz com a Ucrânia, acrescentando que há um longo caminho pela frente. Além disso, realçou que a Crimeia, região anexada em 2014, é e continuará a ser "parte da Rússia".
- O presidente russo, Vladimir Putin, disse ao seu homólogo francês que o bombardeamento da cidade de Mariupol só terminará quando as tropas ucranianas se renderem.
- Estima-se que 200 a 300 civis tenham morrido em Irpin, perto de Kiev, antes de a cidade ter sido recuperada pelas forças ucranianas esta semana, disse o presidente da câmara, Oleksandr Markushyn.
- Um funcionário norte-americano afirmou que os conselheiros de Vladimir Putin têm "demasiado medo de lhe dizer a verdade" sobre os contratempos da guerra na Ucrânia e a forma como as sanções do Ocidente estão a prejudicar a economia russa.
- A alta-comissária da ONU para os Diretos Humanos, Michelle Bachelet, anunciou que as Forças Armadas russas utilizaram pelo menos 24 vezes bombas de fragmentação, proibidas pela lei internacional, contra áreas povoadas na Ucrânia. Além disso, revelou que já morreram na guerra pelo menos 1189 civis, 98 dos quais crianças.
- Os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, falaram esta quarta-feira ao telefone. Numa mensagem publicada no Twitter, o chefe de Estado ucraniano anunciou que a conversa durou uma hora e abordou o apoio à defesa ucraniana, ajuda financeira e um novo pacote de sanções à Rússia.
- O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras "já concedeu, desde o início do conflito na Ucrânia, 24.880 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a cidadãos estrangeiros que residem naquele país", lê-se num comunicado desta força policial.