O diretor do jornal satírico francês Charlie Hebdo, que publicou, esta quarta-feira, caricaturas do profeta Maomé, anunciou que o "site" da Internet do jornal estava bloqueado por ter sido alvo de um ataque de piratas informáticos.
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"O "site" está bloqueado por ter sido alvo de um ataque de piratas informáticos. Aparentemente, é um ataque ainda mais forte que o de 2011, quando o Charlie Hebdo publicou caricaturas do profeta", declarou o cartunista Charb a jornalistas na sede do jornal em Paris.
Charlie Hebdo é desde hoje alvo de críticas de representantes religiosos e políticos.
Charb apelou ao primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, para "apoiar a liberdade de imprensa e a República, em vez de estar impressionado por um grupo de palhaços ridículos que se manifestam à frente da embaixada dos Estados Unidos".
O cartunista aludia a uma manifestação no sábado perto de um edifício em Paris do qual resultaram atos de violência a cerca de 150 identificações.
Hoje, o primeiro-ministro anunciou a recusa do governo de autorizar uma nova manifestação no próximo sábado, considerando que, dado o contexto, cabe aos que dirigem o jornal a responsabilidade de decidir o que fazer ou não fazer.
"Se é preciso ter em conta o contexto, o contexto mundial nunca será favorável a gozar com o Islão radical ou religiões em geral. Se tivermos em conta o contexto, nunca mais se falará de nada, nunca, a imprensa satírica está condenada", afirmou Charb.
Charb precisou não ter recebido qualquer ameaça "até agora".
"Faz um ano que estamos protegidos pela polícia, desde o incêndio das instalações, se isto é a condição para se exprimir livremente em França, estamos protegidos pela polícia como a polícia protege a liberdade dos franceses", afirmou Charb, precisando que beneficia de dois funcionários da polícia.