Estudantes que sobreviveram ao tiroteio ocorrido ontem, quinta-feira, numa escola em Realengo, no Rio de Janeiro, relatam momentos de pavor quando um ex-aluno matou 12 crianças.
Corpo do artigo
Jade Araújo, de 12 anos, estava na sala ao lado quando o atirador iniciou os disparos. "Ele gritava: 'eu vou matar vocês, vou matar vocês'", contou a menina que, ao ouvir as ameaças, conseguiu fugir, com outras colegas, para o andar de cima.
De acordo com Jade, uma professora orientou a fuga para o segundo andar e ajudou a fechar a porta e a colocar uma mesa e diversas cadeiras com o intuito de bloquear a entrada.
Ainda em estado de choque, sem conseguir manifestar a emoção que deveria corresponder ao relato, a menina explicou, pausadamente, que ouviu gritos de crianças que imploravam para que ele não atirasse. "Elas pediam: 'não atira, não, moço, por favor' e ele atirava na cabeça delas", relatou.
Outro aluno da Escola Tasso de Oliveira que conseguiu escapar ileso contou que muita gente ficou agitada quando ouviu os tiros. "Primeiro não o vi ele (...), mas ouvia o que ele dizia. Ele gritava: 'você vai morrer' e então ouvia um disparo", afirmou o rapaz, que perdeu pelo menos três colegas.
A Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio informou que o número de crianças mortas no ataque à escola subiu para 12, sendo dez meninas e dois meninos. Há ainda, esta sexta-feira, 11 crianças internadas em hospitais, segundo os meios de comunicação brasileiros.
O atirador é Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, ex-aluno da escola, que entrou a disparar na unidade de ensino contra alunos que teriam entre 12 e 14 anos, segundo a Polícia Militar brasileira.