Farideh Moradkhani, sobrinha do líder supremo do Irão, fez um apelo ao mundo para que se cortem todas as relações com Teerão. Um sinal de apoio às recentes manifestações do povo iraniano, desencadeadas pela morte da jovem, Mahsa Amini, de 22 anos.
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Farideh Moradkhani, conhecida pelo seu trabalho como ativista dos direitos humanos, foi intimada para se apresentar às autoridades legais do Irão e ficou detida. Três dias depois, o seu irmão Mahmud Moradkhani partilhou um vídeo na internet com uma declaração.
No vídeo, a ativista apela a que os governos do mundo parem de apoiar o regime "assassino de crianças".
"Este regime não é leal a nenhum dos seus princípios religiosos e não conhece nenhuma regra, exceto a da força e da manutenção do poder", condenou a ativista, citada pelo jornal " The Guardian".
Farideh reclamou ainda que as sanções impostas contra o regime, por causa da repressão exercida sobre a população, eram "irrisórias" e que os iranianos foram deixados "sozinhos" na sua luta pela liberdade.
https://youtu.be/xG0GRB8r8Rs
Não se sabe ainda quando é que o vídeo foi gravado.
Farideh já foi presa em janeiro deste ano, após ter elogiado a viúva do xá Mohammad Reza Pahlavi, que foi derrubado pela Revolução Islâmica de 1979, durante uma conferência. Em abril, foi libertada sob fiança, segundo a organização não-governamental "Human Rights Activists News Agency" (HRANA).
A organização HRANA afirmou que 450 manifestantes foram mortos, durante mais de dois meses de distúrbios em todo o país, incluindo 63 menores de idade.
Os protestos, desencadeados pela morte da iraniana curda Mahsa Amini, após a sua prisão por "trajes impróprios", representam um dos maiores desafios ao sistema clerical do país desde a Revolução Islâmica de 1979.