Soldados russos têm morrido "em grande número" no leste da Ucrânia, afirmou o secretário-geral-adjunto da NATO, Alexander Vershbow.
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"Soldados russos combatem e morrem em grande número no leste da Ucrânia", onde separatistas pró-russos enfrentam o exército ucraniano, disse Alexander Vershbow numa conferência de parlamentares europeus na capital da Letónia, Riga.
"Os dirigentes russos são cada vez menos capazes de ocultar" essa presença, disse, citado pela agência France Presse.
A Ucrânia tem acusado repetidamente Moscovo de apoiar os separatistas com armamento e com tropas, acusação que a Rússia nega veementemente.
Ainda esta quinta-feira, na sequência de declarações da secretária de Estado adjunta dos Estados Unidos Victoria Nuland sobre o envolvimento de "milhares e milhares" de soldados russos no conflito, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo voltou a negar qualquer presença militar russa no leste do país vizinho. "Esses números são atirados para o ar e naturalmente desmoralizam e desorientam a comunidade internacional", disse Alexander Lukashevich.
O responsável da NATO assegurou que a Aliança "não procura uma confrontação com a Rússia", mas que Moscovo "parece já não querer integrar-se na comunidade euro-atlântica".
"Vemos uma Rússia revisionista, agressiva, que viola as regras internacionais, que quer restabelecer zonas de influência e que está preparada para redesenhar as fronteiras pela força. As ações da Rússia na Ucrânia refletem uma evolução de algo que surgiu há vários anos, da Moldávia à Ucrânia passando pela Geórgia", disse.
Para Vershbow, "o objetivo do presidente (Vladimir) Putin parece ser o de transformar a Ucrânia num Estado falhado para suprimir e desacreditar vozes alternativas na Rússia e assim impedir uma Maidan russa".
Maidan é o nome dado à revolta dos ucranianos, centralizada nos protestos em massa na praça de Kiev com o mesmo nome, que levou ao afastamento do presidente ucraniano pró-russo Viktor Ianukovich, em fevereiro de 2014.
"Não sabemos quem apertou o gatilho", prosseguiu, referindo-se ao assassínio do opositor russo Boris Nemtsov, mas este "era uma voz forte pela democracia e contra o envolvimento russo na Ucrânia".