A fuga de cinco reclusos da cadeia de Vale de Judeus prendeu a atenção dos portugueses nos últimos dias, levantando dúvidas sobre a capacidade de vigilância nas prisões. Estes prisioneiros são apenas alguns daqueles que, ao longo dos anos, se evadiram. Recorde as evasões mais infames em todo o Mundo.
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Usaram colheres e jangada improvisada
A fuga da Ilha de Alcatraz, em junho de 1962, é uma das evasões mais conhecidas de sempre, já que Alcatraz era famosa por ser “a prisão mais segura do mundo”. Três reclusos, Frank Morris, Clarence Anglin e John Anglin, usaram colheres e outros utensílios de cozinha para esculpir uma saída durante um ano e meio. Depois, esgueiraram-se para uma passagem de serviço e, de seguida, para o telhado da prisão, escapando numa jangada improvisada para as águas da Baía de São Francisco.
Os homens nunca foram encontrados e a maioria dos especialistas acredita que se afogaram enquanto tentavam atravessar a baía. Segundo o FBI, não há nenhuma prova credível que sugira que os homens ainda estejam vivos.
Ted Bundy escapou duas vezes
Amplamente considerado um dos mais prolíficos assassinos em série da História, Ted Bundy confessou o assassinato de mais de 30 mulheres. À sua infâmia, acrescenta-se o facto de ter conseguido escapar duas vezes em menos de um ano.
Em junho de 1977, Bundy escapou pela janela da biblioteca do tribunal em Aspen, no Colorado. Foi apanhado oito dias depois e voltou a escapar em 30 de dezembro do mesmo ano, enquanto aguardava o julgamento. Após a sua segunda fuga, viajou para a Florida, onde agrediu pelo menos mais seis mulheres, matando uma delas. Depois de uma longa caça ao homem, Bundy foi finalmente detido novamente dois meses após a sua segunda fuga. Acabou por ser condenado à morte e executado na cadeira elétrica em 1989.
Fugiu de prisão de segurança máxima e exilou-se em Cuba
Membro do Exército Negro de Libertação (BLA, na sigla em inglês) na década de 1970, Assata Shakur foi condenada por uma acusação de homicídio e seis de agressão e sentenciada a prisão perpétua em 1977. Dois anos depois, Shakur escapou de uma prisão de segurança máxima em Nova Jérsia com a ajuda do BLA e fugiu para Cuba. Vive na ilha desde 1984, quando lhe foi concedido asilo, apesar das tentativas americanas de a extraditar. Em 2013, Shakur foi nomeada uma das terroristas mais procuradas pelo FBI e as autoridades ainda estão a oferecer uma recompensa de até um milhão de dólares (equivalente a cerca de 905 mil euros) por informações que levem à sua detenção.
Fugiu vestido de zelador
Em 2007, um membro de um gangue, o iraniano-canadiano Omid Tahvilli, fugiu da prisão de segurança máxima na Columbia Britânica, no Canadá, depois de vestir um uniforme de zelador. Para isso, subornou um guarda para “olhar para o outro lado”. Seguiu-se uma enorme caça ao homem e, embora o guarda que aceitou o suborno tenha sido processado, Tahvilli continua a ser um fugitivo internacional e é considerado extremamente perigoso.
Vestiu roupa da mulher e saiu da prisão
Em 2012, Ronald Silva, um traficante de droga, fugiu de uma prisão brasileira. Quando a mulher chegou para a visita semanal, deu ao marido a roupa que estava a usar e vestiu uma roupa suplente que tinha na mala. O recluso depilou os braços e as pernas, pôs unhas postiças, colocou uma peruca, batom e saltos altos e conseguiu passar pelos guardas e sair para a rua sem chamar a atenção. No entanto, quando se dirigia para os seus amigos que o esperavam numa paragem de autocarro, um polícia reparou no seu "estranho andar" com os saltos altos e percebeu que algo não estava bem. A mulher do recluso disse que, embora lhe tivesse trazido as roupas, não sabia o que este pretendia fazer com elas.
"El Chapo" escavou túnel dentro da cela
O antigo líder do cartel de Sinaloa, Joaquin "El Chapo" Guzmán, foi detido em 2014 e enviado para uma prisão de segurança máxima perto de Toluca. No entanto, evadiu-se da prisão em 2015, fugindo por um buraco por baixo da cela que levava a um túnel elaborado. Esta foi a segunda vez que "El Chapo" escapou da prisão, depois de ter subornado a sua saída em 2001. Guzmán acabou por ser capturado menos de um ano depois. Foi extraditado para os EUA e está atualmente a cumprir uma pena de prisão perpétua na Penitenciária dos Estados Unidos, considerada a prisão mais segura do país.
Abriram buracos na cela e fugiram por esgoto
David Sweat e Richard W. Matt fugiram da Clinton Correctional Facility, em Dannemora, Nova Iorque, em junho de 2015. A cumprirem penas por homicídio numa das prisões mais seguras do país, os reclusos libertaram-se abrindo buracos retangulares na parte de trás das celas e descendo vários andares. A partir daí, abriram um buraco num tubo de vapor e rastejaram até um esgoto a cerca de 122 metros para além dos muros da prisão. Para isso, utilizaram ferramentas que lhes tinham sido contrabandeadas por uma funcionária da prisão.
Poucas semanas depois, no meio de uma extensa caça ao homem, Matt foi mortalmente baleado por um polícia. Sweat foi capturado dois dias depois, a cerca de 48 quilómetros da prisão.
Francês escapou duas vezes
O francês Redoine Faid estava a cumprir uma pena de 25 anos de prisão por um assalto falhado em 2010 que matou uma mulher polícia. Em 12 de abril de 2013, fez a sua primeira fuga da prisão. Usou explosivos para rebentar cinco portas da prisão e libertar-se na cidade de Sequedin, no norte do país. Faid fez reféns durante a fuga para garantir a sua segurança. Foi detido algumas semanas mais tarde em Seine-et-Marne, de onde planeava fugir para Israel.
Em 1 de julho de 2018, Faid fez a sua segunda fuga. Desta vez, três homens mascarados sequestraram um helicóptero e obrigaram o piloto a aterrar no pátio da prisão de Reau. Os criminosos aterraram o helicóptero, deixaram o piloto ileso e levaram-no no seu primeiro carro de fuga. Depois de uma curta viagem, estacionaram o carro num centro comercial e incendiaram-no, tendo continuado a fuga numa carrinha branca. Faid foi apanhado três meses mais tarde em França.
Romance com agente penitenciária leva a fuga
Um dos casos mediáticos mais recentes aconteceu em 2022, quando um romance entre um recluso do Alabama e uma agente peniteniária levou a uma evasão e a uma extensa caça ao homem. Casey White, um suspeito de homicídio, fugiu da cadeia do condado de Lauderdale em abril com a ajuda da agente, Vicky White, que não era da sua família. Tanto o recluso como a agente saíram da cadeia para um compromisso no tribunal que, na verdade, não existia. Uma busca nacional pelo casal terminou 11 dias depois, quando o veículo em que se encontravam se despistou no Indiana após uma perseguição policial. A agente suicidou-se com um tiro na cabeça, morrendo num hospital, e o recluso entregou-se às autoridades.