"Uma lei que não permite à Escócia escolher o nosso próprio futuro sem o consentimento de Westminster expõe como mito qualquer noção de o Reino Unido ser uma parceria voluntária e faz disso um caso para a independência". Esta foi a reação da primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, à decisão unânime do Supremo Tribunal britânico, que negou esta quarta-feira ao Parlamento da Escócia a realização de um novo referendo pela independência.
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Sturgeon, que planeava uma nova votação para outubro de 2023, disse respeitar a decisão do tribunal, assinalando, contudo, que este "não cria a lei, apenas a interpreta". "A partir de hoje [ontem], o movimento de independência é tanto sobre a democracia como é sobre a independência", defendeu a líder escocesa, citada pelo jornal "The Scotsman".
O Partido Nacional Escocês (SNP) deve lançar "uma grande campanha em defesa da democracia escocesa", disse Sturgeon, que pediu que as próximas eleições legislativas do Reino Unido sejam um referendo pela independência. O próximo escrutínio terá de ser realizado até janeiro de 2025.
Downing Street recebeu de bom grado a "decisão clara e definitiva" do Supremo. "O povo da Escócia quer-nos a trabalhar para resolver os maiores desafios que enfrentamos coletivamente, quer seja a economia, o apoio ao serviço nacional de saúde ou o apoio, de facto, à Ucrânia", disse Rishi Sunak, citado pelo "The Guardian".
A Escócia fez um referendo pela independência em 2014, antes do Brexit. O "Não" venceu com 55,30% dos votos.