Tensão na cimeira do clima: ministra francesa cancela viagem e delegação argentina ordenada a sair
A ministra da Transição Ecológica de França, Agnès Pannier-Runacher, cancelou a viagem à COP29, cimeira do clima das Nações Unidas, depois de o presidente do Azerbaijão ter referido, na conferência, "os crimes de França" nos territórios ultramarinos.
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Num discurso feito aos representantes dos territórios insulares, na COP29, o presidente do Azerbaijão, país anfitrião da cimeira do clima, referiu-se aos "crimes de França" naqueles locais. “O regime do presidente Macron matou 13 pessoas e feriu 169 pessoas […] durante os protestos legítimos do povo Kanak [indígena] na Nova Caledónia”, apontou Ilham Aliev, muito aplaudido pelos líderes dos territórios ultramarinos, que são dos mais fustigados pelas alterações climáticas.
“As lições dos crimes da França nestes chamados territórios ultramarinos não estariam completas sem mencionar as recentes violações dos direitos humanos do regime”, acrescentou o chefe de Estado do Azerbaijão. Ilham Aliev referia-se aos protestos de maio na Nova Caledónia, território francês insular localizado no sudoeste do Oceano Pacífico. A contestação começou após o governo francês ter aprovado uma revisão constitucional que permite aos recém-chegados ao território insular a votar nas eleições provinciais. Durante anos, os povos indígenas na Nova Caledónia têm lutado pela independência do território.