A operação militar lançada pelas autoridades argelinas para libertar reféns estrangeiros e argelinos raptados por um grupo islamita terminou, esta quinta-feira à noite. Haverá dezenas de mortos entre raptores e reféns. Uma das vítimas é o líder do grupo islamita.
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O chefe do comando que assaltou as instalações de um campo de gás no centro-leste da Argélia, fazendo centenas de reféns, foi morto, anunciou um membro do grupo autor do ataque à agência noticiosa mauritana Nouakchott Information (ANI).
Ao mesmo tempo, o ministro argelino da Comunicação, Mohamed Said, anunciou o fim da operação militar que visava libertar os reféns, especificando que "um número importante de terroristas" tinha sido "neutralizado" durante as operações.
Uma fonte citada pela agência mauritana eletrónica Nouakchott Information (ANI) referiu que 34 reféns estrangeiros terão sido mortos no ataque do exército argelino.
Os sequestradores procuravam "levar uma parte dos reféns para um local mais seguro a bordo de veículos" quando se deu a intervenção da força aérea argelina, acrescentou a mesma fonte.
O chefe do grupo assaltante, designado pelo pseudónimo Abou al-Baraa afirmara na quarta-feira à cadeia televisiva do Qatar Al-Jazeera que o número dos reféns estrangeiros estava "em torno dos 41" e que pertenciam a uma dezena de países: Noruega, França, Estados Unidos, Reino Unido, Roménia, Colômbia, Tailândia, Filipinas, Irlanda, Japão e Alemanha.
"Segundo todas as informações que nós temos, o grupo terrorista que atacou In Amenas [localização das instalações atacadas] veio da Líbia", afirmou o ministro do Interior argelino, Dahou Ould Kablia, a um diário eletrónico que se publica em árabe, o Echorouk.
O sítio de informação mauritano Al-Akhbar descreveu o líder dos atacantes, Abou al-Baraa, como "um dos mais importantes chefes da brigada de Mokhtar Belmokhtar", que reivindicou o ataque.
Mokhtar Belmokhtar foi um dos chefes da al-Qaeda do Magrebe Islâmico (AQMI), com a qual entrou em dissidência em outubro, após o que criou a sua própria unidade de combatentes.
"Provavelmente de nacionalidade argelina", Al-Baraa nasceu no fim dos anos 70 e tornou-se membro do Grupo Salafista para a Prédica e o combate (GSPC), no início dos anos 2000, segundo o Al-Akbar.