(Em atualização) O paradeiro do primeiro-ministro guineense cessante, Carlos Gomes Júnior, é desconhecido depois de, esta quinta-feira, terem sido disparados tiros de metralhadora junto à sua residência oficial, em Bissau. Há grande aparato policial nas ruas de Bissau. A embaixada de Portugal pediu a todos os portugueses para que não saiam das suas residências até a situação voltar ao normal.
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Segundo avança a France Presse, os militares já tomaram controlo da Rádio Nacional e da sede do PAIGC, o partido do poder, e há grande aparato policial nas ruas.
Há relatos da continuação de tiroteios e de pânico entre a população e de descontrolo nas ruas de Bissau, capital do país, onde as forças militares também cortaram as estradas.
Segundo a agência Lusa, a Televisão Guiné-Bissau está sem emissão, assim como várias rádios nacionais.
Esta tarde de quinta-feira, a oposição liderada por Kumba Yala, que enfrenta, a 29 de abril, a segunda volta das eleições, tinha apelado a um boicote à votação e ameaçou todos aqueles que fizessem campanha eleitoral.
"Quem fizer campanha, arrisca-se a sofrer consequências", disse Kumba Yala.
Segundo este líder da oposição, houve uma "fraude maciça" na primeira volta das eleições, na qual Carlos Gomes Júnior obteve 48,97% dos votos e Yala 23,26%.
A campanha eleitoral tem início previsto para o dia 27 de abril.
Horas antes destes incidentes, a União Europeia tinha expressado a sua preocupação com a situação política do país, depois da primeira volta eleitoral, no passado dia 18 de março.
Há vários dias que se temia uma explosão de violência na Guiné-Bissau, cuja instabilidade política é grande desde a sua independência de Portugal, em 1974.