Três mineiros não grevistas foram mortos em Marikana, na "cintura de platina" sul-africana, afetada por uma greve desde 23 de janeiro, indicou o sindicato dos mineiros.
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Dois mineiros foram mortos à facada, quando se dirigiam para o local de trabalho, e o terceiro foi atacado em casa, com a mulher, que também foi morta, ao mesmo tempo que o grupo britânico Lonmin reabria a mina de Marikana para os não grevistas, disse à agência noticiosa francesa AFP Livhuwani Mammburu, porta-voz do sindicatos dos mineiros (NUM, minoritário).
"Dois dos nossos membros foram mortos nos poços da mina Eastern Platinum hoje de manhã. Um terceiro foi atacado em casa, em Batong, perto de Lonmin, juntamente com a mulher, tendo morrido os dois", acrescentou Mammburu.
A polícia limitou-se a dizer que estava a preparar um relatório.
Estes ataques surgem depois de a Lonmin, "número três" mundial da produção de platina, ter reaberto a mina de Marikana, paralisada nos últimos três meses por uma greve convocada pelo sindicato rival AMCU. A direção contactou diretamente os mineiros para os incitar a regressar ao trabalho.
O AMCU exige, desde o início, um salário base de 12500 rands (860 euros) mensais, sem subsídios. Sem desistir desta reivindicação, o sindicato aceitou um aumento progressivo em quatro anos. A direção da Lonmin afirmou que isto correspondia a mais 30% por ano.
Os três grupos afetados pela greve, a Anglo American Platinum (Amplats), Impala Platinum (Implats) e Lonmin, propuseram chegar a uma soma mínima para os mineiros de fundo, incluindo subsídios de alojamento e férias pagas, de 12500 rands por mês até julho de 2017.