O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou, este sábado, que Israel concordou com uma "linha de retirada inicial" em Gaza, e pediu ao grupo palestiniano que aceite as condições para um cessar-fogo "imediato" e a libertação de reféns.
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"Após as negociações, Israel concordou com a linha de retirada inicial, que mostrámos e partilhámos com o Hamas. Quando o Hamas confirmar, o cessar-fogo será IMEDIATO, a troca de reféns e prisioneiros começará e estabeleceremos as condições para a próxima fase da retirada", escreveu Donald Trump na sua rede social Truth.
O presidente dos Estados Unidos acompanhou a mensagem com um mapa do enclave palestiniano cercado, mostrando os limites até aos quais o exército israelita tinha inicialmente concordado em retirar.
Donald Trump insistiu que esta cessação das hostilidades "aproximará esta CATÁSTROFE DE 3.000 ANOS do fim" e trará a paz ao Médio Oriente. O presidente norte-americano, que na passada segunda-feira apresentou um plano de paz de 20 pontos aceite pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já tinha avisado o Hamas algumas horas antes de que "não tolerará atrasos" que possam comprometer o acordo de paz em Gaza.
"Aprecio que Israel tenha interrompido temporariamente os bombardeamentos para dar a oportunidade de finalizar a libertação dos reféns e o acordo de paz. O Hamas deve agir rapidamente; caso contrário, tudo estará perdido. Não tolerarei atrasos, como muitos acreditam que ocorrerão", escreveu numa mensagem anterior no Truth Social.
Donald Trump celebrou na sexta-feira que o Hamas aceitara libertar os reféns israelitas que mantém na Faixa de Gaza, nos termos expressos na sua proposta, e pediu depois a Israel que cessasse o bombardeamento de Gaza.
No entanto, o Hamas denunciou hoje que os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza não cessaram, e acusou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de mentir sobre a redução da ofensiva no enclave, depois de o grupo islamista ter concordado em libertar todos os reféns nas condições do plano de paz dos Estados Unidos.
"Os contínuos bombardeamentos e massacres da ocupação expõem as mentiras de Netanyahu sobre a redução das operações militares contra civis", criticou o Hamas em comunicado.
O grupo palestiniano afirmou que os ataques e bombardeamentos "selvagens" resultaram na morte de 70 pessoas desde o início da manhã de hoje e apelou à comunidade internacional para exercer "toda a pressão possível para pôr fim à guerra de extermínio e fome que assola a Faixa de Gaza há dois anos".
Um outro comunicado do governo de Gaza, controlado pelo Hamas, denunciou também o facto de Israel "ignorar o apelo a um cessar-fogo anunciado" pelo presidente norte-americano, Donald Trump, bem como a resposta "positiva" do Hamas ao seu plano de paz proposto.