
O presidente norte-americano, Donald Trump
Foto: Brendan Smialowski / AFP
O presidente norte-americano acusou esta quinta-feira seis membros democratas da Câmara dos Representantes e do Senado de "comportamento sedicioso" que devia ser punido com a "pena de morte", por apelo à desobediência civil no exército.
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"Comportamento sedicioso, punível com a pena de morte!", escreveu Donald Trump na sua rede social Truth em letras maiúsculas, depois de ter acusado os opositores políticos de serem traidores numa publicação anterior.
Estes membros democratas da Câmara dos Representantes e do Senado, que também serviram no exército ou nos serviços secretos, publicaram um vídeo na rede social X, na terça-feira, no qual argumentaram que a administração Trump coloca os militares contra os cidadãos norte-americanos.
"Hoje, as ameaças à nossa Constituição não vêm apenas do estrangeiro, mas também daqui de casa", afirmaram os democratas, entre os quais o senador Mark Kelly, antigo membro da marinha norte-americana e astronauta da NASA, e a senadora Elissa Slotkin, que serviu na agência de informações dos EUA (CIA) no Iraque.
"É possível recusar ordens ilegais", acrescentaram.
"Isto é muito mau e perigoso para o nosso país. Não se pode permitir que estas palavras se mantenham", escreveu Trump, sugerindo que os democratas deviam ser presos.
Os políticos democratas não especificaram no vídeo a que ordens se referiam, embora Donald Trump e o secretário da Defesa, Pete Hegseth, estejam a ser amplamente criticados pela utilização das forças armadas, tanto nos Estados Unidos como no estrangeiro.
Em particular, o republicano ordenou o destacamento da Guarda Nacional para várias cidades democratas, incluindo Los Angeles e Washington, contra o parecer das autoridades locais.
Nas últimas semanas, os Estados Unidos também realizaram cerca de 20 ataques no mar das Caraíbas e no oceano Pacífico contra embarcações que acusaram, sem apresentar provas, de transportar drogas, causando pelo menos 83 mortos.
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Desde agosto, os Estados Unidos reforçaram significativamente a presença militar no sul das Caraíbas sob o pretexto de uma missão antidroga.
Cerca de 10 mil soldados foram mobilizados, de acordo com fontes oficiais, e um dos principais navios da Marinha dos EUA, o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do Pentágono, foi posicionado junto à costa venezuelana.
