Nova troca de bombardeamentos noturnos entre Telavive e Teerão. Novo balanço aponta para pelo menos oito mortos e mais de 150 feridos em Israel.
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Donald Trump apelou no domingo ao Irão e a Israel para "que cheguem a um acordo", mas sugeriu que talvez precisem de "lutar" primeiro.
"Acho que está na hora de um acordo", disse Trump aos jornalistas, enquanto Israel e o Irão trocavam uma nova barragem de ataques com mísseis e ameaçavam mais devastação num conflito que parecia estar a intensificar-se.
"Mas às vezes eles têm que lutar, mas vamos ver o que acontece", disse Trump, falando na Casa Branca antes de ir para o Canadá para participar de uma cimeira do G7.
Trump recusou-se a responder a uma pergunta sobre se tinha pedido a Israel para fazer uma pausa nos ataques aéreos contra o Irão. Anteriormente, um alto funcionário dos EUA disse à AFP que Trump tinha vetado um plano israelita para assassinar o líder supremo iraniano Ayatollah Ali Khamenei.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje, numa entrevista ao canal televisivo norte-americano Fox News, que Israel "destruiu a principal instalação" da central nuclear de Natanz, no centro do Irão.
"Destruímos a principal instalação de Natanz. É a principal unidade de enriquecimento [de urânio]", afirmou Netanyahu.
A Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) tinha indicado na sexta-feira que a parte à superfície da unidade-piloto de enriquecimento de urânio de Natanz fora destruída pelos bombardeamentos israelitas.
O chefe do Governo israelita anunciou hoje também a eliminação do chefe dos Serviços Secretos da Guarda Revolucionária iraniana, Mohamad Kazemi, e do seu 'número dois', Hassan Mohaqeq, em Teerão.
"Há momentos, apanhámos o chefe dos serviços secretos e o seu adjunto em Teerão, porque agora os nossos pilotos estão a sobrevoar os céus [da cidade] e estamos a atacar instalações militares e nucleares", disse Netanyahu na entrevista por videoconferência à Fox News.
"Ao contrário de Israel, o Irão está a atacar e a bombardear os nossos civis: é um regime terrorista. Não podemos permitir que o Irão tenha armas nucleares. Os nossos serviços secretos mostram que eles tencionam dar essas armas aos seus aliados, os [rebeldes iemenitas] Huthis", afirmou.
Na entrevista concedida à Fox, o primeiro-ministro israelita insistiu que o Irão tinha um plano secreto para enriquecer urânio acima dos níveis destinados a uso civil.
Segundo Netanyahu, os serviços secretos israelitas descobriram que o Irão possuía urânio suficiente para construir nove bombas nucleares.
"Travámos isso atacando as suas instalações nucleares. Atacámos os seus cientistas nucleares, que são como os que Hitler tinha", sustentou.
O governante israelita escusou-se a confirmar que os Estados Unidos vetaram um plano de Israel para matar o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, uma informação veiculada pela Fox News.
O Irão lançou a sétima vaga de ataques contra Israel, fazendo soar o alarme no norte e no centro do país, mas o exército israelita afirmou ter intercetado a maioria dos mísseis, enquanto atacava Teerão. "Na última hora, vários mísseis foram lançados do Irão em direção ao Estado de Israel, a maioria deles foi intercetada e não houve relatos de queda de projéteis", afirmou um comunicado do exército emitido pouco antes das 17 horas (15 horas em Portugal continental).
O exército tinha instado a população a abrigar-se após a deteção de lançamentos de mísseis do Irão. "Os sistemas de defesa estão a operar para intercetar a ameaça", indicaram as Forças Armadas, enquanto soavam sirenes de ataque aéreo em Jerusalém e noutras partes do país.
Depois, as forças israelitas anunciaram ter reduzido o nível de alerta no país. O serviço de emergência israelita Magen David Adom disse não ter recebido qualquer chamada sobre impactos resultantes dos ataques. Os bombeiros também não reportaram qualquer incidente até ao momento.
Nos momentos que antecederam o ataque iraniano, aviões israelitas atacavam Teerão, atingindo o quartel do Comando da Polícia da capital e várias zonas residenciais, entre outros. Os meios de comunicação iranianos noticiaram explosões nas zonas de Shahrak Gharb, Saadat Abad e Punak, a oeste da capital, Niavaran, a norte, ou na popular rua Valiars, que atravessa a capital.
A agência de notícias espanhola EFE relatou pelo menos quatro explosões no norte da cidade, bem como os disparos dos sistemas de defesa antiaérea que tentavam intercetar os projéteis e drones israelitas. A agência de notícias iraniana Tasnim informou que o Quartel-General da Polícia de Teerão foi atingido por um drone, que causou “danos menores” no edifício e feriu “vários agentes”. Também foi relatado um ataque contra um edifício residencial na zona de Shahid Chamran, no qual morreu um número indeterminado de pessoas, segundo os meios de comunicação iranianos.
As autoridades israelitas detiveram dois suspeitos de trabalharem para os serviços secretos iranianos. "Durante uma guerra com o Irão, operativos prenderam dois cidadãos judeus israelitas sob suspeita de terem realizado missões para os iranianos nos últimos dias", revela um comunicado, acrescentando que o caso foi um dos 22 envolvendo esforços iranianos frustrados registados desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023.
A diplomacia do Irão garantiu, este domingo, que os ataques a Israel acabarão de imediato caso Telavive também termine com a ofensiva. O ministro das Relações Exteriores do Irão, Abbas Araghchi, fez esta declaração perante vários diplomatas, em Teerão, na primeira aparição pública desde o início dos ataques israelitas, na sexta-feira. “Se a agressão acabar, as nossas respostas também acabam”, garantiu Araghchi.
Israel ainda não reagiu a esta declaração.
O presidente do Irão garantiu que Israel receberá uma resposta “mais dolorosa e esmagadora” se os ataques israelitas, iniciados na sexta-feira contra alvos nucleares e militares em solo iraniano, continuarem. “Não começámos a guerra, mas respondemos com firmeza e, se a agressão continuar, haverá respostas mais dolorosas e esmagadoras para os agressores”, afirmou Masoud Pezeshkian, durante uma conversa telefónica com o primeiro-ministro do Iraque, Mohamed Shia al-Sudani, divulgada pela Presidência iraniana.
Pezeshkian agradeceu a Al-Sudani a posição contra Israel e denunciou a utilização do espaço aéreo iraquiano para ataques contra o Irão, “prova da natureza criminosa e agressiva do regime [israelita] e do desprezo por todas as leis e normas internacionais”.
O líder iraniano lembrou a “história contínua de agressões” de Israel contra países islâmicos, como a Palestina, o Líbano, a Síria ou o Irão, razão pela qual apelou à “poderosa vontade coletiva da comunidade islâmica” para “travar esta prática vil”. “Caso contrário, outros países da região serão atacados por este regime, mais cedo ou mais tarde”, argumentou.
No que diz respeito ao Iraque, Pezeshkian pediu ao Governo maior zelo na proteção das fronteiras e do espaço aéreo iraquianos para que não sejam usados contra o Irão.
Pelo menos 128 pessoas morreram no Irão, e cerca de 900 ficaram feridas em ataques israelitas na sexta-feira e no sábado, disse o Ministério de Saúde iraniano. O porta-voz do Ministério, Hossein Kermanpour, indicou que os números são muito provisórios, dado que as equipas de resgate ainda estão a vasculhar os escombros, de acordo com a imprensa iraniana. Dos cerca de 900 feridos hospitalizados, cerca de 230 já tiveram alta, acrescentou o porta-voz.
Israel e o Irão entraram no terceiro dia de conflito armado, após as forças israelitas terem lançado um ataque contra infraestruturas iranianas na sexta-feira. EUA e Israel avisaram que o pior está para vir e o Irão prometeu parar de atacar se Telavive travar “a agressão”. Teerão alega que a sua resposta “é legítima”.
Entenda o que aconteceu nos últimos três dias aqui
O Papa Leão XIV apelou à paz no Médio Oriente, na Ucrânia e noutros locais do Mundo, e lembrou o recente massacre na Nigéria, onde morreram cerca de 200 pessoas, a maioria abrigada numa missão católica. “Continuemos a rezar pela paz no Médio Oriente, na Ucrânia e em todo o Mundo", pediu o Papa na oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
O primeiro-ministro israelita afirmou que o Irão "pagará um preço elevado por matar civis", após a morte de 13 pessoas nos últimos dias nos ataques iranianos contra Israel. "O Irão pagará um preço elevado por matar intencionalmente civis, mulheres e crianças. Alcançaremos o nosso objetivo de uma só vez", disse Benjamin Netanyahu, durante uma visita à cidade de Bat Yam, nos arredores de Telavive, onde um míssil atingiu um edifício na noite passada, matando pelo menos seis pessoas.
Netanyahu dirigiu-se ao local onde um edifício de dez andares, agora quase destruído e com a fachada completamente aberta, foi atingido no sábado à noite por um míssil balístico.
O chefe do Governo expressou pesar “pela perda de vidas” e exortou a população a seguir as diretrizes de segurança. “Quem as ouviu e cumpriu, e se encontrava numa zona protegida, salvou-se. Quem não o fez, infelizmente, ficou ferido”, disse o governante.
O primeiro-ministro estava acompanhado pelos ministros da Defesa, Israel Katz, e da Energia e pelos comissários da Polícia, Bombeiros e Resgate, além das autoridades locais de Bat Yam.
O primeiro-ministro iraquiano considerou que os ataques de Israel contra o Irão representam uma “ameaça direta” à segurança e à estabilidade no Iraque e no Médio Oriente.
“A recente agressão sionista contra a República Islâmica do Irão representa uma ameaça direta à segurança e à estabilidade no Iraque e da região”, lê-se num comunicado de Mohamed Shia al-Sudani, publicado pela agência de notícias oficial iraquiana INA.
Para o primeiro-ministro do Iraque, o ataque lançado por Israel na manhã de sexta-feira contra vários alvos no Irão “visa obstruir todos os esforços diplomáticos realizados em flagrante violação das normas e regras do direito internacional”.
O chanceler alemão, Friedrich Merz, sublinhou hoje que o Irão "nunca deverá ter armas nucleares", durante uma reunião com o sultão de Omã, disse o porta-voz do Governo em Berlim.
Ao mesmo tempo, Merz enfatizou o seu desejo, partilhado com o sultão Haitham bin Tarik al-Said, de "impedir uma extensão do conflito" através de esforços diplomáticos, acrescentou o porta-voz do executivo alemão, Stefan Kornelius, em comunicado.
A posição do chanceler alemão surge na mesma linha da transmitida pela diplomacia da União Europeia.
Novas explosões foram ouvidas em Teerão, capital do Irão, no terceiro dia de um ataque israelita em grande escala contra a República Islâmica, avançou um jornalista da agência AFP no local. Os meios de comunicação social iranianos, "Khabar Online" e "Ham Mihan", noticiaram que os sistemas de defesa aérea no oeste e noroeste de Teerão tinham sido ativados “para contrariar novos ataques”, enquanto o diário iraniano "Shargh" transmitiu um vídeo que mostrava colunas de fumo no leste da capital.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, visitou, este domingo, o local onde um míssil balístico iraniano atingiu um prédio de mais de uma dúzia de andares na cidade de Bat Yam, nos subúrbios de Telavive. A visita foi confirmada por uma alta autoridade israelita à agência de notícias EFE.
O exército israelita confirmou que atacou, esta noite, o chefe militar dos rebeldes Huthi do Iémen, Mohamed al-Ghamari, embora ainda não saiba se conseguiu atingir o alvo. “Ainda não temos uma avaliação dos danos de combate”, disse um oficial militar israelita numa conferência de imprensa, citada pela agência EFE, confirmando que se tratou de um ataque aéreo.
O bombardeamento ocorreu quando as forças israelitas tentavam repelir uma nova vaga ofensiva do Irão, ao mesmo tempo em que atacavam alvos militares e infraestruturas energéticas na república islâmica, disse a mesma fonte.
A França não mobilizou “neste momento” recursos militares para ajudar Israel a intercetar mísseis iranianos que visam o seu território, afirmou o Ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot. “Neste momento, e dada a natureza e a trajetória dos ataques iranianos contra Israel, os recursos militares franceses não foram mobilizados”, disse o governante à rádio RTL.
O presidente francês, Emmanuel Macron, avançou, na sexta-feira, que, em caso de represálias do Irão, a França poderá participar “nas operações de proteção e defesa” de Israel, “se estiver em condições de o fazer”. “Assinalei a nossa disponibilidade nesse sentido”, afirmou Macron, no mesmo dia em que anunciou o adiamento da conferência da ONU sobre o Estado palestiniano, prevista para a próxima semana em Nova Iorque, “por razões logísticas e de segurança”.
O responsável frisou, no entanto, que não está em causa qualquer envolvimento francês em ações ofensivas. “Não é esse o nosso papel”, concluiu.
O exército de Israel confirmou hoje ter atacado instalações nucleares iranianas em Isfahan, no centro do Irão, após a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) ter indicado no sábado à noite que quatro edifícios críticos sofreram danos. “As Forças de Defesa de Israel (IDF) atacaram uma instalação nuclear iraniana em Isfahan, um centro estratégico importante”, anunciou o porta-voz militar israelita, coronel Avichay Adraee, na rede social X.
A Guarda Revolucionária Iraniana anunciou hoje a morte de mais sete oficiais militares de alto escalão, em ataques israelitas, elevando para 15 o número de comandantes mortos nos últimos dias.
Os oficiais seriam, segundo a mesma fonte, membros da Força Aeroespacial do Irão, estrutura que gere o programa de mísseis e ‘drones’ do país.
De acordo com a Guarda Revolucionária Iraniana, Mahmoud Bagheri, Davood Sheikhiyan, Mohammad Taherpour, Mansour Safarpour, Masoud Tayeb, Khosro Hassani e Javad Jarsora foram mortos na sexta-feira.
Terão morrido num ataque que matou o comandante-chefe da força, o general Amir Ali Hajizadeh.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, afirmou hoje, durante uma conversa com o seu homólogo alemão, Johann Wadephul, que o país continuará a sua campanha militar contra o Irão porque “ainda há objetivos importantes a cumprir”.
“Durante uma conversa esta manhã (...), o ministro Saar afirmou que a operação das Forças de Defesa de Israel (IDF) no Irão irá prosseguir, pois ainda restam alvos significativos por atingir”, detalhou o gabinete do ministro israelita em comunicado.
Estas declarações do responsável israelita surgem depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, ter garantido que os ataques a Israel acabarão de imediato caso Telavive também termine com a ofensiva.
França, Alemanha e Reino Unido propuseram retomar as negociações nucleares com o Irão, no terceiro dia de conflito armado com Israel.
O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, foi encarregado de estender publicamente a mão a Israel, durante uma entrevista à rede ARD. “A Alemanha, juntamente com a França e o Reino Unido, está pronta. Oferecemos negociações imediatas sobre o programa nuclear. Espero que a oferta seja aceite”, afirmou o ministro, horas depois de o Presidente da França, Emmanuel Macron, ter falado com o seu homólogo iraniano, Masoud Pezeshkian, para se pronunciar nos mesmos termos.
Os três países europeus faziam parte da antiga delegação 5+1 (os cinco países membros do Conselho de Segurança mais a Alemanha) que assinou em 2015 o histórico acordo nuclear com o Irão, no qual o Irão se comprometia a esclarecer as dúvidas sobre a natureza pacífica do programa nuclear em troca da sua reintegração nos mercados internacionais.
O presidente do Chipre vai transmitir hoje uma mensagem do Irão ao primeiro-ministro israelita, em plena escalada de bombardeamentos entre Israel e a República Islâmica, que levaram o governo cipriota a ativar os sistemas de alerta. "O Irão pediu-nos para transmitir uma mensagem a Israel e vamos fazê-lo", disse Nikos Christodoulides, em declarações ao Cyprus Mail, citadas pela agência Efe.
Nikos Christodoulides assegurou que vai falar hoje com o primeiro-ministro de Isarel. “A conversa estava prevista para ontem à noite [sábado], mas não pôde ocorrer devido à situação caótica", acrescentou o chefe de Estado cipriota, referindo-se ao contra-ataque noturno lançado por Teerão contra Telavive e seus arredores.
Segundo a Imprensa iraniana, Israel atacou uma instalação afiliada do Ministério da Defesa na cidade central de Isfahan. "Um dos centros afiliados ao Ministério da Defesa em Isfahan foi atacado e os possíveis danos estão sob investigação", informou a agência de notícias ISNA, citando o vice-governador provincial Akbar Salehi.
As autoridades israelitas informaram que o espaço aéreo do país foi encerrado este domingo pelo terceiro dia consecutivo, após duas noites de ataques mortais com mísseis do Irão em resposta à campanha militar israelita. "Devido à situação de segurança e de acordo com as instruções das autoridades de segurança, o espaço aéreo israelita está atualmente encerrado à aviação civil. Não está a operar qualquer voo de chegada ou de partida", afirmou um comunicado conjunto dos Ministérios dos Transportes e dos Negócios Estrangeiros.
Os meios de comunicação israelitas noticiaram que milhares de cidadãos israelitas estavam retidos no estrangeiro desde sexta-feira, quando o exército israelita começou a atacar alvos militares e nucleares no Irão.
Os meios de comunicação iranianos noticiaram, este domingo, que a polícia deteve dois suspeitos por alegadas ligações à agência de espionagem israelita Mossad. "Dois membros da equipa terrorista do Mossad, que fabricavam bombas, explosivos, armadilhas e equipamento eletrónico, foram detidos" na província de Alborz, a oeste de Teerão, informou a agência de notícias Tasnim, citando um porta-voz da polícia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, afirmou que o seu país está a exercer um "direito legítimo" de autodefesa com os contra-ataques a Israel, em resposta a uma operação contra o seu território.
Araqchi recordou que os ataques israelitas contra as instalações nucleares representam uma violação das Convenções de Genebra e uma "invasão do território iraniano", para não falar das vítimas civis causadas pelos bombardeamentos israelitas que começaram na sexta-feira e que, segundo o Crescente Vermelho iraniano, já fizeram mais de uma centena de mortos e 800 feridos.
O MNE afirmou que o Irão respondeu aos ataques israelitas com base no princípio da defesa territorial, frisando tratar-se de "um direito legítimo de qualquer país, defender-se contra a agressão” “E foi isso que as nossas forças armadas começaram a fazer há duas noites", disse, acrescentando que o principal alvo do Irão não é a população civil de Israel, mas as suas infraestruturas "militares e económicas".
O ministro lembrou também que o ataque israelita ocorreu no meio de conversações indiretas com os Estados Unidos (que acusou de cumplicidade nos ataques israelitas) sobre o programa nuclear da República Islâmica, o catalisador deste conflito, descrevendo-o como uma manobra para sabotar as negociações.
O exército israelita pediu, este domingo, aos cidadãos iranianos que se encontrem nas imediações de fábricas de armamento no Irão para abandonarem imediatamente essas zonas e não regressarem até nova ordem. “Este é um aviso urgente para todos os que se encontrem ou venham a encontrar-se em quaisquer instalações de produção de armas ou em locais que apoiem essa produção no Irão. Para vossa segurança, pedimos que evacuem imediatamente essas instalações e não regressem até nova ordem”, declarou o porta-voz militar israelita para o mundo árabe, Avichay Adraee, numa mensagem difundida através das redes sociais.
Uma nova onda de ataques aéreos do Irão atingiu vários locais em Israel, incluindo Jerusalém e Telavive, causando pelo menos oito mortos e mais de 150 feridos, de acordo com um novo balanço.
Um balanço inicial dos serviços de emergência e da polícia israelita apontava para cinco mortos e mais de 130 feridos.
O serviço de emergência Magen David Adom (MDA) disse que acorreu a dois locais atingidos por mísseis iranianos: um no centro de Israel e outro nas terras baixas de Shephelah, a oeste de Jerusalém.
No primeiro, os paramédicos do MDA registaram quatro mortes: uma mulher de 69 anos, uma mulher de 80 anos e duas crianças com cerca de 10 anos. Além disso, houve cerca de 100 feridos, incluindo quatro em estado grave. As autoridades informaram que continuam as buscas por vítimas sob os escombros dos edifícios afetados, um dos quais tinha oito andares, pelo que o número de mortes e feridos pode aumentar.
Nas terras baixas de Shephelah, o Ministério da Defesa informou ter tratado duas pessoas com ferimentos graves, 12 com ferimentos moderados e 23 com ferimentos ligeiros, num total de 37 pessoas afetadas.
A polícia israelita mencionou ainda "dezenas de feridos" e a morte de duas mulheres em Bat Yam, a sul de Telavive, no distrito de Dan, onde dois projécteis iranianos atingiram edifícios, um deles de oito andares.
Os rebeldes Huthi do Iémen reivindicaram uma operação militar contra Israel coordenada por forças do Irão, após a escalada de violência entre estes dois países que começou na sexta-feira com Telavive a bombardear instalações iranianas. O porta-voz militar dos Huthi, Yahya Sarea, afirmou em comunicado que esta operação utilizou mísseis balísticos contra Telavive e foi coordenada com as operações militares do Irão.
O Irão lançou a sexta vaga de ataques em resposta aos três dias de ofensiva do Governo do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu contra o país persa, que começou na sexta-feira.
A quinta vaga de ataques, ocorrida também durante a madrugada, teve impacto na cidade de Tamra, perto de Haifa, no norte do país, onde a polícia israelita confirmou a morte de quatro mulheres, duas delas na casa dos 40 anos, uma na casa dos 20, e uma rapariga de 13 anos.
A sexta vaga de mísseis foi lançada pouco depois da agência de notícias iraniana Tasnim ter afirmado que o Ministério da Defesa, em Teerão, sofreu danos ligeiros devido a bombardeamentos israelitas.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) confirmaram o ataque, que disse estar ligado ao "projeto de armas nucleares do regime iraniano".
O exército israelita disse que continua a atacar o Irão e que, nas últimas horas, atingiu armazéns e estruturas de lançamento de mísseis no oeste da República Islâmica. As IDF disseram ainda ter intercetado sete drones lançados do Irão em direção ao território israelita.