Tiros de armas pesadas foram ouvidos este sábado em Gao, a principal cidade do norte do Mali, onde os rebeldes tuaregues entraram de manhã.
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"Ouvem-se tiros de arma pesada. (...) Também vimos dois helicópteros do Exército a descolarem para dispararem", declarou à agência France Presse Mahmane Diakité, conselheiro do governador de Gao, interrogado ao telefone a partir de Bamako.
Duas outras testemunhas interrogadas pela AFP deram as mesmas informações.
"São rebeldes tuaregues que tentam tomar a cidade e o Exército, com os helicópteros, que defende as posições", afirmou uma daquelas testemunhas, que habita num bairro do norte de Gao.
A cerca de 1.000 quilómetros a nordeste da capital, Bamako, Gao é a principal cidade do norte do país e acolhe o Estado-Maior do Exército para toda a região setentrional.
Os combates acontecem no dia seguinte ao da tomada da cidade de Kidal, mais a nordeste em direção à fronteira argelina, pelo grupo islâmico armado Ansar Dine, apoiado pelo Movimento Nacional para a Libertação de Azawad (MNLA), grupo rebelde tuaregue, e por elementos da al-Qaeda do Magrebe Islâmico, segundo a AFP.
O essencial do nordeste do país está agora nas mãos dos rebeldes e apenas as guarnições de Gao e Tombuctu continuavam este sábado sob controlo governamental, depois da vasta ofensiva dos rebeldes tuaregues e de grupos islâmicos iniciada em meados de janeiro no norte do Mali.
O insucesso do regime em combater a rebelião foi a razão invocada pela junta militar no poder para justificar o seu golpe de Estado a 22 de março, que derrubou o presidente Amadou Toumani Touré.