O chefe da diplomacia turca, Ahmet Davutoglu anunciou, esta sexta-feira, a expulsão do embaixador de Israel em Ancara e a suspensão de todos os acordos militares estabelecidos com o Estado hebraico.
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A decisão foi tomada após a divulgação, na passada quinta-feira, pela imprensa norte-americana de um relatório da ONU, que afirma que Israel usou força "excessiva e desproporcionada" no incidente, em 2010, que envolveu uma frota proveniente da Turquia que tentou furar o bloqueio israelita à Faixa de Gaza e onde morreram nove civis turcos.
Ainda segundo a imprensa norte-americana, o mesmo relatório considera, no entanto, que o bloqueio naval à Faixa de Gaza é "legal" e que as forças israelitas se viram obrigadas a usar a força ao encontrar "um grupo de passageiros que ofereceu uma resistência organizada e violenta".
Na altura, o incidente levou a Turquia a exigir a Israel um pedido de desculpas que nunca foi feito.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco anunciou as medidas que foram tomadas nesta fase: "as relações entre a Turquia e Israel foram colocadas ao nível de um segundo secretário [da embaixada]. Todos os responsáveis que ocupam um nível superior ao segundo secretário, como o embaixador, irão regressar ao respectivo país antes de quarta-feira próxima". Estas medidas incluem também a suspensão de todos os acordos militares firmados com Israel.
Um alto responsável israelita declarou, entretanto, citado pela agência noticiosa francesa AFP, que Israel aceita o relatório das Nações Unidas com "reservas pontuais".