Kiev antecipa data da celebração da derrota do nazi-fascismo, em 1945, para alinhar-se com o "mundo livre".
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O Governo ucraniano evocou, esta terça-feira, o Dia da Vitória, data que celebra a derrota do regime nazi na II Guerra Mundial, em 1945, acusando os invasores russos de terem os mesmos objetivos dos fascistas. Os eventos solenes foram antecipados um dia, quebrando a tradição soviética - e russa - de relembrar o momento histórico no dia de amanhã. Cada vez mais próxima de Bruxelas, Kiev planeia agora celebrar o Dia da Europa.
Volodymyr Zelensky afirmou que a "Ucrânia e o mundo livre" relembraram esta terça-feira "seis terríveis anos na história da Humanidade". O chefe de Estado ucraniano anunciou que enviou um projeto de lei para o Parlamento para oficializar a nova data do Dia da Vitória, antecipada em um dia. A solenidade ocorre a 8 de maio na Europa, porém, a Rússia relembra os eventos históricos a 9 de maio.
O presidente ucraniano defendeu que os russos têm os mesmos objetivos dos nazi - "a escravidão ou a destruição". Zelensky prometeu que o país irá lutar e derrotar "todos aqueles velhos males que a Rússia moderna está a trazer de volta". Com um tom menos hostil, mas ainda crítico, o discurso do Governo alemão salientou o contributo do Exército Vermelho, em 1945, ao mesmo tempo que apontou a "clara contradição" da Rússia ao comemorar o Dia da Vitória em plena invasão ao país vizinho.
Zelensky reiterou ainda que a Ucrânia está a lutar pelo próprio futuro e pelo de "toda a Europa e do mundo livre". O presidente anunciou a assinatura de um decreto para que, a partir de quarta-feira, seja comemorado o Dia da Europa no país. As celebrações vão ter a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, que deve reunir-se amanhã com o chefe de Estado ucraniano. Kiev e Bruxelas estão cada vez mais próximos, com a União Europeia a apresentar terça-feira o 11.º pacote de sanções contra a Rússia, desta vez focado no combate à evasão destas medidas unilaterais.
Alerta geral devido a missil
As Forças Armadas ucranianas ativaram terça-feira um alerta antiaéreo em todo o país por receio de um novo ataque, após terem detetado um avião russo MiG-31K, com capacidade para transportar o míssil supersónico Kinzhal, armamento já intercetado em Kiev, na semana passada. "Quero recordar que não temos sistemas Patriot suficientes que possam proteger os céus da Ucrânia para este tipo de armamento", destacou um porta-voz militar, citado pela Lusa.
Em Odessa, mísseis destruíram, na madrugada de terça-feira, um depósito da Cruz Vermelha, que suspendeu as operações na região. Em Kiev, o autarca, citado pelo jornal "The Guardian", denunciou a presença de 36 de 60 drones de origem iraniana na capital, todos abatidos, cujos destroços deixaram cinco feridos.
Suspeito de ataque acusado de terrorismo
As autoridades russas anunciaram que o suspeito pelo ataque à bomba contra o escritor pró-Kremlin Zakhar Prilepin, no sábado, foi acusado de terrorismo e de tráfico ilegal de armas. Alexander Permyakov terá confessado trabalhar para os serviços secretos ucranianos.
Kremlin condena ameaça a russos
Um porta-voz do Kremlin acusou Kiev de patrocinar e organizar atos terroristas após uma declaração feita pelo chefe dos serviços secretos da Ucrânia, general Kyrylo Budanov, de que os ucranianos vão "continuar a matar russos em todo o Mundo".