Os ucranianos que vivem em Portugal manifestam-se, esta quinta-feira, frente à embaixada dos Estados Unidos, em Lisboa. Exigem uma tomada de posição clara contra o regime de Viktor Ianukovitch, a aprovação de sanções e a condenação inequívoca da escalada de violência na capital, Kiev.
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As reivindicações mantêm-se há três meses, desde que, em o início de novembro, milhares de ucranianos saíram às ruas de Kiev, para protestar não só contra a decisão do Presidente Viktor Ianukovitch de suspender os preparativos para a assinatura do acordo com a União Europeia, mas também contra "a corrupção que tomou conta do regime", explicou Paulo Sadokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal.
"O povo da Ucrânia deseja uma mudança na sociedade e está a lutar contra a corrupção", disse.
Em Portugal, a comunidade ucraniana organizou-se desde o primeiro momento. Desdobrou-se em contactos junto da Assembleia da República, do Governo, da Presidência da República e dos partidos políticos. O apoio moral que garantiu foi sendo sempre curto ante à escalada da violência a milhares de quilómetros de distância.
Terça-feira, no final do dia em que morreram 25 pessoas em confrontos na capital da Ucrânia, a comunidade portuguesa renovou o apelo. "Fizemos um apelo ao povo português, ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e aos grupos parlamentares para agirem de uma forma mais direta, não só com palavras, mas de forma mais direta e forte", disse, salientando que o que está a acontecer na Ucrânia também é responsabilidade do mundo ocidental.
"O mundo ocidental não agiu de forma a travar os bandidos do regime do Presidente ucraniano", lamentou Paulo Sadokha, presidente da associação que reúne 1500 dos 45 mil ucranianos radicados em Portugal.
No dia-a-dia, os ucranianos que escolheram Portugal para viver recebem o apoio dos portugueses, dos vizinhos e dos colegas de trabalho. Palavras de conforto e de preocupação de quem aprendeu a olhar para os países dos outros. Paulo Sadokha reconhece que é um apoio que "dá força" à comunidade ucraniana que, de Portugal, acompanha a situação de violência em Kiev.