Os 15 Estados-membros do Conselho de Segurança da ONU, incluindo os Estados Unidos, concordaram esta quinta-feira em condenar os recentes ataques em Doha, no Catar, mas sem mencionar diretamente Israel como o agressor.
Corpo do artigo
O Conselho de Segurança manifestou "condenação pelos recentes ataques em Doha, território de um mediador-chave, a 09 de setembro" e expressou "profundo pesar pela perda de vidas civis", de acordo com um comunicado conjunto.
Contudo, Israel não é mencionado uma única vez no documento.
O Conselho reforçou o apoio à soberania e à integridade territorial do Catar, em consonância com os princípios da Carta da ONU.
O comunicado foi divulgado pouco antes de o Conselho de Segurança da ONU se reunir de urgência para abordar o ataque israelita aos representantes do movimento islamita palestiniano Hamas em Doha.
No texto, os 15 países sublinharam a importância de se reduzirem as tensões e manifestaram solidariedade para com o Catar.
"Os membros do Conselho reiteram o apoio ao papel vital que o Catar continua a desempenhar nos esforços de mediação na região, juntamente com o Egito e os Estados Unidos", disse a nota.
Os membros do Conselho sublinharam ainda "que a libertação dos reféns, incluindo os mortos pelo Hamas, e o fim da guerra e do sofrimento em Gaza devem continuar a ser a principal prioridade".
Neste sentido, reiteraram a importância dos esforços diplomáticos em curso e apelaram às partes para que aproveitem a oportunidade para a paz.
Desde o ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 e as represálias israelitas na Faixa de Gaza, o Conselho de Segurança ficou em grande parte paralisado sobre esta questão devido aos repetidos vetos, particularmente dos Estados Unidos, o maior aliado de Telavive.
Contudo, o Presidente norte-americano, Donald Trump, disse estar "muito descontente" com o ataque realizado por Israel no Catar na terça-feira, que teve como alvo autoridades do Hamas reunidas num complexo residencial em Doha.
O ataque fez pelo menos seis mortos, segundo o movimento islamita palestiniano e as autoridades do Catar.