A UNESCO denunciou a destruição pelo movimento extremista Estado Islâmico da cidade histórica de Nimrud, joia arqueológica do norte do Iraque, que comparou a um "crime de guerra", tendo recorrido já à ONU.
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"Não podemos continuar calados. A destruição deliberada do património cultural constitui um crime de guerra e apelo a todos os responsáveis políticos e religiosos para que se levantem contra esta nova barbárie", escreveu num comunicado a diretora-geral da Organização das Nações para a Educação, Ciência e Cultura, Irina Bokova.
A responsável indicou ter "recorrido ao presidente do conselho de segurança das Nações Unidas e à procuradora do Tribunal Penal Internacional sobre esta questão", e apelou "à comunidade internacional" para que "una esforços" para "travar esta catástrofe".
Para Bokova "a limpeza cultural em curso no Iraque não poupa nada nem ninguém: visa as vidas humanas, as minorias e faz-se acompanhar da destruição sistemática do património milenar da humanidade".
O ministério do Turismo iraquiano disse que o Estado Islâmico (EI) começou na quinta-feira a destruir as ruínas assírias de Nimrud, alguns dias após a difusão pelos jiadistas de um vídeo que mostra a destruição de esculturas pré-islâmicas de valor inestimável no norte do Iraque.
O EI "tomou de assalto a cidade histórica de Nimrud e começou a destrui-la com 'bulldozers'", disse o ministério do Turismo e das Antiguidades na sua página oficial na rede social "Facebook".
A presidente da comissão de Turismo e Antiguidades da província de Ninive, onde se situa Nimrud, Balquis Taha, disse que a cidade contém "tesouros arqueológicos de valor incalculável".
Taha mostrou-se especialmente preocupada com a sorte das duas estátuas de touros alados existentes no local.
A cidade de Nimrud, fundada há mais de 3300 anos, foi uma das capitais do império assírio. Situa-se nas margens do Tigre, a cerca de 30 quilómetros a sudeste de Mossul.
Mossul, principal cidade do norte do Iraque, está sob controlo do EI desde junho passado.