O prémio Nobel da Paz Elie Wiesel diz que o candidato egípcio Faruk Hosni não merecia a honra, por estar ligado à tomada de reféns do paquete Achille Lauro em 1985.
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O prémio Nobel da Paz Elie Wiesel considerou que a UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura - que terça-feira elegeu para a liderança a búlgara Irina Bokova, escapou a um "desastre" ao eliminar o candidato egípcio Faruk Hosni.
"A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) acaba de escapar a um escândalo, a um desastre moral. Faruk Hosni não merecia este trabalho, não merecia esta honra. Não é qualquer um, na minha opinião, que poderá mesmo ser candidato a este cargo", declarou Wiesel à rádio France Inter.
Wiesel considerou que Hosni tem um "passado pesado" e esteve ligado nomeadamente à tomada de reféns do paquete Achille Lauro em 1985.
Bokova foi designada terça-feira para o Conselho Executivo da UNESCO - instância dirigente da organização - na quinta volta de um escrutínio tenso, para o qual o candidato favorito era o egípcio.
Organizações de judeus e intelectuais, incluindo Elie Wiesel, acusaram o egípcio de ter feito declarações anti-semitas e anti-israelitas e de representar um regime que pratica a censura.
"Foi ele que ajudou a fugir os terroristas do Achille Lauro (paquete italiano alvo de uma tomada de reféns por um comando palestiniano), que tinham literalmente atirado ao mar um homem inválido (judeu norte-americano) numa cadeira de rodas", afirmou ainda Wiesel.
O filósofo Bernard-Henry Lévy, que se comprometeu com Elie Wiesel e o cineasta Claude Lanzman contra a candidatura do egípcio, também se felicitou hoje com a vitória da candidata búlgara.