A agência de saúde pública da União Africana (UA) anunciou este sábado o envio de "suprimentos e equipamentos médicos essenciais" para o Hospital Maternidade Saudita na cidade sudanesa de Al-Fashir, que foi atacada na última terça-feira.
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"O ataque, que resultou na morte de centenas de pacientes e profissionais de saúde e no sequestro de vários profissionais de saúde, paralisou um dos poucos centros médicos operacionais restantes na região e gerou sérias preocupações sobre a continuidade dos serviços essenciais de saúde", refere, em comunicado, o Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (África CDC).
A agência da UA enviou recentemente especialistas médicos e laboratoriais de emergência para avaliar a situação no Sudão e apoiar o controlo de possíveis surtos de doenças, manter os serviços essenciais de saúde e fortalecer a biossegurança na área afetada.
"Esta não é apenas uma tragédia humana, mas uma emergência de saúde pública", declarou a diretora-geral do África CDC, Jean Kaseya.
A diretora referiu que "a prioridade imediata é preservar vidas, prevenir surtos secundários e proteger a infraestrutura de saúde da qual as comunidades dependem".
"Instalações e profissionais de saúde jamais devem ser alvos de guerra", afirmou Kaseya.
Mais de 460 pacientes e acompanhantes foram mortos no ataque ao hospital em Al-Fashir, cidade na região norte de Darfur, no oeste do Sudão, informou, na quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nos dois anos e meio de conflito entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em ingês), a OMS verificou pelo menos 185 ataques contra o sistema de saúde sudanês, resultando em 1204 mortes e 416 feridos, incluindo pacientes e profissionais de saúde.
Na última segunda-feira, um dia após as RSF anunciarem a captura de Al-Fashir depois de um ano e meio de cerco, as Nações Unidas denunciaram que forças paramilitares estavam a realizar execuções sumárias de civis que tentavam fugir da cidade.
Segundo a ONU, mais de um milhão de pessoas fugiram de Al-Fashir desde o início da guerra entre o exército e as RSF em abril de 2023.
