A Venezuela denunciou, este sábado, a apreensão ilegal pela marinha norte-americana de um barco de pesca venezuelano que navegava nas águas territoriais do país, considerando o ato "uma provocação" que usou "meios militares exagerados".
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"Na sexta-feira, 12 de setembro, o navio venezuelano Carmen Rosa, com nove modestos pescadores de atum a bordo, que navegava a nordeste da ilha La Blanquilla, em águas pertencentes à Zona Económica Exclusiva (ZEE) venezuelana, foi ilegal e hostilmente assaltado por um contratorpedeiro da marinha americana, o USS Jason Dunham", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano, em comunicado.
O Governo venezuelano acrescentou que o navio de guerra destacou 18 "agentes armados que abordaram e ocuparam a pequena embarcação inofensiva durante oito horas".
Para a diplomacia venezuelana, esta foi uma "provocação direta através da utilização ilegal de meios militares exagerados".
Na nota, Caracas acusou ainda os responsáveis pela ordem de apreensão de quererem provocar "um incidente que justifique uma escalada bélica nas Caraíbas, com o objetivo [de provocar] uma mudança de regime".
O Governo do presidente Nicolás Maduro exigiu que os Estados Unidos "cessem imediatamente estas ações que colocam em risco a segurança e a paz" na região e apelou aos norte-americanos para que "rejeitem o uso de soldados como sacrifícios para apoiar as ambições de uma elite gananciosa e predadora".
Na sexta-feira, Maduro anunciou que ia chamar reservistas, milicianos e jovens aos quartéis para receberem treino militar, reagindo ao envio de navios de guerra norte-americanos para as Caraíbas.
A administração do presidente norte-americano, Donald Trump, enviou navios, aviões e outras forças militares para as Caraíbas em nome da luta contra os cartéis de droga, provocando fortes tensões com a Venezuela.
No último destes anúncios, Washington deu conta do reforço da presença militar na região com o envio de 10 caças furtivos F-35 para Porto Rico.
Washington acusa Maduro de liderar uma rede de narcotráfico e recentemente aumentou a recompensa pela captura para 50 milhões de dólares (42,6 milhões de euros).
Nicolás Maduro denunciou a presença militar norte-americana junto à costa venezuelana e negou qualquer ligação com o narcotráfico.