A Assembleia Nacional da Venezuela vai criar na próxima semana uma "comissão da verdade" para investigar os atos de violência e os assassinatos ocorridos nas últimas semanas no país, anunciou o presidente daquele organismo.
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"Vamos nomear uma comissão da verdade. Estamos interessados em que toda a verdade, todos os vídeos, saiam à luz pública, que tudo o que tem vindo a ocorrer na Venezuela se veja, para que vejam de que lado está o fascismo", disse Diosdado Cabello em Caracas durante uma marcha de apoio às Forças Armadas Venezuelanas, ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro e pela paz no país.
"Vamos investigar, vamos chegar até às últimas consequências. Não haverá impunidade na Venezuela. Essa é a mensagem que mandamos ao povo, para que esteja tranquilo, para que continue a confiar na liderança do companheiro Maduro, das Forças Armadas e dos partidos da revolução. Aqui não pode haver justiça se a impunidade estiver no meio, não pode haver paz neste país se não houver justiça", disse.
Diosdado Cabello acusou os Estados Unidos de intromissão nos assuntos internos da Venezuela e de alegados atos de instigação da instabilidade contra o governo de Nicolás Maduro.
"Se o governo dos EUA acha que nos vai assustar, que o façam. São um tigre de papel, um império em decadência, um império que dá vergonha ao mundo. A sua intervenção aqui só tem que ver com a riqueza do nosso país", frisou.
Diosdado Cabello denunciou que a estação de televisão norte-americana CNN, é "ponta de lança do imperialismo na América e no mundo" e enviou "um mercenário à Venezuelana para inventar cenários" que nada têm a ver com a realidade e para "entrevistar terroristas".
"Depois dizem que na Venezuela não há liberdade de expressão, aqui os jornalistas podem dizer o que quiserem (mas) que assumam as suas responsabilidade", afirmou.
Durante a marcha, a ministra venezuelana da Defesa, Carmen Meléndez, sublinhou que a união entre a sociedade civil e os militares "está mais fortalecida do que nunca" e que o Governo "não aceitará ingerências estrangeiras de nenhum tipo".
A Venezuela é palco, há mais de um mês, de protestos diários, durante os quais pelo menos 28 pessoas morreram e várias centenas ficaram feridas.