O canal do Youtube "In a Nutshell" publicou um vídeo que explica o que motiva a fuga dos sírios para a Europa e desmonta teorias da conspiração e teses xenófobas, mostrando que estes refugiados são pessoas "como nós".
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Em pouco mais de seis minutos, o vídeo começa por explicar a situação política da Síria - dos regimes autoritários à Primavera Árabe e à subsequente guerra civil e entrada em cena do Estado Islâmico - que levou a que quatro milhões de pessoas abandonassem o país.
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O vídeo, criado por uma equipa de jornalistas, designers e músicos, não só explica os motivos da fuga em massa desta população acossada pela guerra, como explica que os países vizinhos - Líbano, Turquia, Iraque, Jordânia e Egito - são os que acolhem mais sírios. À Europa chega apenas uma pequena parte destes refugiados.
Os receios em relação aos "islâmicos, altas taxas de natalidade, criminalidade e ao colapso dos sistemas sociais" são apenas alguns dos que têm feito correr muita tinta nas redes sociais e que são aqui rebatidos ponto por ponto. Quanto à tese de que esta poderá ser uma "invasão" muçulmana, o vídeo explica que mesmo que o continente europeu aceitasse os quatro milhões de sírios e que todos fossem muçulmanos, o aumento desta religião seria de apenas 1%.
As imagens mostram, ainda, que a vinda de refugiados sírios para a Europa pode ser positiva para os países de acolhimento, uma vez que a maior parte dos sírios tem formação, pode dinamizar o mercado de trabalho e contribuir para os sistemas sociais.
Outra das questões que tem gerado críticas é o facto de os refugiados viajarem com smartphones. E, neste caso, o espetador é diretamente interpelado: "Se tivesse uma jornada perigosa pela frente, deixaria o seu telefone para trás?". O vídeo tenta explicar que os sírios que chegam diariamente à Europa são pessoas "como nós" e que a Internet e as redes sociais são fundamentais para quem enfrenta as dificuldades diárias de um refugiado.
Os autores terminam com um claro apelo à ação rápida da União Europeia e defendem que a Europa tem condições para suportar o desafio desta crise dos refugiados, "se quiser".