A violência associada aos cartéis da droga no México fez 200 mortos em seis dias, um número inédito desde a eleição do presidente Felipe Calderón, em 2006.
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Nos últimos dias assistiu-se a um tiroteio num cemitério, a um “raide” a um centro de desintoxicação e, inclusive, a uma batalha dentro dos muros de uma prisão.
Perante o crescendo de mortes nos quatro cantos do país, o presidente fez uma alocução televisiva na noite de terça feira.
Calderón afirmou, na altura: "Demos golpes importantes a todos os cartéis sem excepção. Isso semeou a divisão entre os bandos rivais."
No seu discurso, atribuiu ainda esta subida da violência às "rivalidades tradicionais" dos cartéis e "às guerras que os opõem".
Recentemente, o presidente felicitou-se pela prisão ou liquidação de duas dezenas de traficantes influentes.
O último caso de violência é de hoje e respeita ao aparecimento de cinco polícias mortos, que tinham sido raptados de suas casas nos arredores da terceira cidade mexicana, Monterrey, localizada a norte.
Na terça feira, um tiroteio entre militares e membros dos cartéis num cemitério fez 15 mortos, em Taxco.
Calderón pediu o apoio dos seus concidadãos e das autoridades locais dos 32 estados em que se divide o México federal.
"Este não é apenas o combate do presidente, mas de todos os mexicanos e, em particular, dos que têm responsabilidades públicas", disse.
Calderón erigiu a luta contra o crime organizado em prioridade nacional desde a sua chegada à presidência, em 2006, mobilizando mais de 50 mil militares para reforçar a polícia, mas sem conseguir baixar a violência, que fez mais de 23 mil mortos em três anos e meio.
A violência, apesar de ser generalizada nos últimos dias, concentra-se na costa do Oceano Pacífico, a oeste, e na fronteira com os Estados Unidos da América (EUA), opondo nomeadamente o cartel de Sinaloa, de Joaquin "El Chapo" Guzmán, o traficante mais procurado pelos EUA, ao de Juárez.
Depois do ataque a um centro de desintoxicação na capital do estado de Chihuahua, no Norte, atribuído aos "Aztecas", um bando de assassinos ligado ao cartel de Juárez, que fez 19 mortos, as acções espectaculares sucedem-se a um ritmo frenético.
Cinquenta mortos em duas expedições punitivas, em Madero, no Nordeste, e Nayarit, no Oeste; outros 28 numa batalha entre dois cartéis, no estado de Sinaloa, no Oeste; 12 polícias abatidos numa emboscada atribuída ao cartel "A Família", no estado do Michoacán, no Noroeste.
Na quarta feira, o governo de Nayarit adiou as férias de verão em três semanas devido a rumores de possíveis ataques dos cartéis.
Mesmo sem um balanço oficial, os últimos números são os mais sangrentos da presidência de Calderón, segundo contagens diárias da imprensa, baseadas em relatórios das autoridades locais e judiciais.
O México realiza eleições regionais a 04 de Julho, para escolher 12 governadores.