Alguns visitantes foram ao campo de concentração nazi Buchenwald, no estado da Turíngia, na Alemanha, e andaram de trenó em cima das sepulturas. Estão a "perturbar a paz dos mortos", alertam os responsáveis do memorial.
Corpo do artigo
O campo de concentração nazi Buchenwald funcionou entre 1937 e 1945 e aprisionou cerca de 280 mil judeus, homossexuais, prisioneiros políticos, desde homens, mulheres e crianças. Foi construído numa vasta área arborizada na floresta de Ettersberg, onde existiam vários subcampos.
Durante sete anos, 56 mil pessoas perderam vida naquele que foi o maior massacre da história, o Holocausto. Muitos foram espancados, torturados, deixados a morrer à fome e usados para experiências médicas. Os soldados alemães colocavam os corpos em valas comuns, na floresta, local que hoje é um cemitério e que pode ser visitado. Mas há quem desrespeite o que muitos lá sofreram. "Infelizmente, cada vez mais pessoas têm vindo a desrespeitar o local, a andar a cavalo ou de mota na floresta", diz Rikola-Gunnar Lüttgenau, historiador do Buchenwald, à BBC.
As atividades desportivas são proibidas no local, no entanto, "no fim de semana passado foi muito utilizado. Foram encontrados muitos trenós perto das campas e o parque de estacionamento estava cheio", acrescentou.
"Agora, devido à pandemia, as instalações de desportos de inverno estão fechadas na Turíngia, pelo que estão a utilizar o memorial", explicou.
O historiador alertou às autoridades para o facto de a paz dos mortos estar a ser perturbada e relembrou que o crime é punível com multa na Alemanha. A segurança no local foi agora reforçada.
Na libertação do campo de concentração, em 1945, foram encontrados alguns sobreviventes, mas as pilhas de cadáveres, as celas de tortura e o crematório chocaram o mundo. "Nunca nada me chocou tanto como aquela visão", exclamou Dwight D. Eisenhower, então comandante supremo das forças aliadas na Europa.