Cerca de 20 pessoas, entre elementos da Cruz Vermelha da Croácia e membros da organização da Caravana Aylan Kurdi já começaram a descarregar o primeiro camião de bens oriundos de Portugal, para quarta-feira começarem a distribuir pelos refugiados.
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Em declarações à agência Lusa, a voluntária da Caravana Aylan Kurdi responsável pelos contactos diplomáticos e pela coordenação com as organizações não governamentais (ONG) disse que os três camiões TIR chegaram aos armazéns da Cruz Vermelha da Croácia (CVC), na cidade de Vinkocvi, pelas 19.15 horas, hora local, 18.15 horas em Portugal continental.
"Neste momento estão a descarregar o primeiro camião, acho que está quase e vão continuar o trabalho pelos outros dois camiões", adiantou Anna Bergstrom.
De acordo com a responsável, estão cerca de 10 pessoas da CVC a descarregar o camião, juntamente com cerca de mais 10 pessoas da organização da caravana.
"Temos muito trabalho pela frente, já é noite aqui, mas vamos fazer isto hoje e vai ficar tudo aqui armazenado para amanhã [quarta-feira] poder começar a ser distribuído no terreno, pelos campos que existem aqui perto", disse Anna Bergstrom.
A responsável da caravana portuguesa adiantou que a CVC está a coordenar "de forma exemplar", juntamente com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e outras ONG, todo o trabalho que está a ser feito no terreno.
Anna Bergstrom disse não ter ainda a certeza de que forma é que os bens vão ser distribuídos e a quem, mas adiantou que muito próximo do local do armazém, a cerca de 40 quilómetros, há um campo de refugiados, chamado Opatova, que tem já cerca de 4 mil pessoas, e que fica situado na fronteira entre a Croácia e a Sérvia.
A voluntária contou também que a CVC se mostrou muito satisfeita com os donativos portugueses porque não estavam à espera de um fluxo tão grande de refugiados a chegarem às fronteiras croatas.
"Frisaram que Portugal foi o primeiro país que se ofereceu para ajudar de forma tão organizada e com uma dimensão tão importante", adiantou.
Acrescentou que os migrantes que chegam à Croácia ficam, em média, dois dias e o papel da Cruz Vermelha da Croácia é o de mitigar as necessidades básicas, seja ao nível de alojamento, comida ou higiene. "E esta ajuda, que veio agora de Portugal, vai-lhes ser muito útil porque não estavam à espera de tanta gente e precisam de grandes quantidades em pouco tempo", apontou.