O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou hoje a reunião russo-americana que decorreu na Arábia Saudita, caracterizando-a como conversações sobre a invasão russa da Ucrânia “sem a Ucrânia”.
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“As negociações estão agora a decorrer entre representantes russos e norte-americanos. Mais uma vez, sobre a Ucrânia e sem a Ucrânia”, condenou o líder ucraniano durante a sua deslocação à Turquia.
A Turquia, membro da NATO, acolheu por duas vezes as conversações entre Moscovo e Kiev, em 2022, e o presidente russo, Recep Tayyip Erdogan, propôs hoje o país como o “anfitrião ideal” para as negociações de paz do conflito.
“O nosso país será o anfitrião ideal para as prováveis negociações entre a Rússia, a Ucrânia e os Estados Unidos num futuro próximo”, defendeu o chefe de Estado turco no final de uma reunião em Ancara com Volodymyr Zelensky.
Erdogan notou que o Presidente norte-americano, Donald Trump, “lançou uma iniciativa diplomática para pôr rapidamente termo à guerra através de negociações”.
“Esta abordagem coincide com a política seguida pela Turquia nos últimos três anos”, sublinhou o turco, recordando as anteriores iniciativas da Turquia, que convocou por duas vezes conversações entre Moscovo e Kiev em 2022.
Ancara conseguiu manter os seus laços com Moscovo e Kiev, tendo fornecido drones de combate e navios de guerra aos ucranianos e ficou de fora da aplicação das sanções ocidentais contra a Rússia.
Altos funcionários de Washington e Moscovo, liderados pelos respetivos chefes da diplomacia, iniciaram hoje, em Riade, conversações para reavivar relações afetadas pela invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e para preparar uma possível cimeira entre Donald Trump e Vladimir Putin.
Trata-se da primeira reunião russo-americana a este nível e neste formato desde o início do conflito.
Zelensky é esperado na Arábia Saudita na quarta-feira.