Um homem foi detido esta quinta-feira na capital argentina, Buenos Aires, após ter apontado o que parece ser uma arma de fogo à vice-presidente Cristina Kirchner, disse o ministro da Segurança, Anibal Fernández.
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Vídeos divulgados por vários canais de televisão mostram o momento em que uma pessoa apontou a alegada arma de fogo em frente ao rosto da ex-presidente argentina Cristina Kirchner (2007-2015), quando esta saiu de uma viatura, perto de casa.
"Neste momento, a situação deve ser analisada pela polícia científica para verificar as impressões digitais, a capacidade e a disposição que essa pessoa tinha", indicou aos jornalistas o ministro.
Apesar das questões em aberto, membros do Governo foram rápidos a descrever o incidente como uma tentativa de assassínio.
"Quando o ódio e a violência se impõem sobre o debate de ideias, as sociedades são destruídas e geram situações como a que hoje se vê: uma tentativa de assassínio", disse o ministro da Economia, Sergio Massa.
In Argentina, Fernando Andrés Sabag Montiel, a 35-year-old Brazilian, pointed a gun and shot @CFKArgentina. The firearm malfunctioned. According early reports, the Brazilian has connections with neo-Nazi groups. https://t.co/qKcy95x2OS
- Nathália Urban (@UrbanNathalia) September 2, 2022
Os ministros do Governo do presidente Alberto Fernández divulgaram um comunicado conjunto no qual "condenam energicamente a tentativa de homicídio" da vice-presidente.
"O que aconteceu esta noite é de extrema gravidade e ameaça a democracia, as instituições e o Estado de direito", pode ler-se na nota.
O ex-presidente Mauricio Macri também repudiou o ataque. "Este acontecimento muito grave exige um esclarecimento imediato e profundo por parte dos órgãos judiciários e de segurança", escreveu Macri na rede social Twitter.
Os apoiantes da vice-presidente têm-se reunido nas ruas em torno da sua casa desde a semana passada, após um procurador pedir uma pena de 12 anos para Kirchner num caso de alegada corrupção relacionado com obras públicas.
As tensões têm vindo a aumentar no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, desde o fim de semana, quando apoiantes da vice-presidente entraram em confrontos com a polícia nas ruas que circundam o seu apartamento, após as forças de segurança terem tentado desmobilizar os manifestantes.