Kiev e outras cidades ucranianas foram bombardeadas esta segunda-feira. Rússia utilizou 83 mísseis e 17 drones de fabrico iraniano, num ataque massivo que a Ucrânia diz ser "terrorista". Há pelo menos dez mortos e 60 feridos.
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"A Ucrânia está sob ataque de mísseis. Há informações sobre ataques em muitas cidades do nosso país", disse Kyrylo Tymoshenko, subchefe do gabinete do presidente, nas redes sociais, pedindo à população para "ficar em abrigos".
"Infelizmente, há mortos e feridos. Por favor, não deixem os abrigos", adiantou depois Volodymyr Zelensky. "Tenham cuidado e protejam os vossos entes queridos. Vamos aguentar e ser fortes", frisou o presidente da Ucrânia, acusando a Rússia de querer "limpar-nos [aos ucranianos] da face da Terra."
"Neste momento, dez pessoas morreram e cerca de 60 ficaram feridas em todo o país, como resultado dos ataques russos", afirmou a polícia ucraniana, na rede social Facebook. Deste balanço, cinco mortos e 51 feridos registam-se na capital ucraniana.
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As explosões na capital da Ucrânia ocorreram cerca das 8.15 horas (6.15 horas em Portugal continental), tendo sido antecedidas pelos alarmes antiaéreos, durante várias dezenas de minutos. O último bombardeamento em Kiev tinha ocorrido em 26 de junho.
Várias colunas de fumo negro eram visíveis em diferentes locais da cidade, de acordo com vídeos divulgados nas redes sociais.
Central Kyiv after Russia hit the capital at least five times in the morning on Oct. 10. pic.twitter.com/gbBgmNjnKP
- The Kyiv Independent (@KyivIndependent) October 10, 2022
Kyiv Center 10.10.2022 Rocket Strike #Ukraine #UkraineRussianWar #Kyiv pic.twitter.com/P6HZCdWO5A
- vaidoo (@vaidoo767) October 10, 2022
Several explosions occurred all across Ukraine's capital Kyiv on the morning of Oct. 10.
- The Kyiv Independent (@KyivIndependent) October 10, 2022
Large craters caused by the explosions can be seen at central city intersections during rush hour and in front of Shevchenko National University.
Video shared by locals to social media. pic.twitter.com/YoPmRGIblN
"A capital está sob ataque terrorista da Rússia!", afirmou o presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, acrescentando que os ataques atingiram o centro da cidade. "Se não houver necessidade urgente, é melhor não ir hoje à cidade", apelou o autarca.
A circulação do metro foi interrompida à medida que as estações foram convertidas em abrigos antiaéreos. O tráfego automóvel também foi cortado no centro da cidade.
De acordo com o diário "Kyiy Independent", pelo menos cinco explosões foram ouvidas no centro da capital esta manhã, em plena hora de ponta. Uma das explosões ocorreu em frente da Universidade Shevchenko.
A Rússia utilizou 83 mísseis e 17 drones nos bombardeamentos, segundo um relatório da vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar.
O lançamento dos mísseis contra Kiev, Lviv, Pryluky, Khmelnytskyi, Dnipro, Nizhyn, Jitomyr e Kharkiv foram feitos a partir do Mar Cáspio e das regiões de Nizhni Novgorod e 43 foram abatidos pelas defesas antiaéreas ucranianas.
Os 17 drones do tipo Shahed, fabricados pelo Irão, foram lançados da Bielorrússia e da Crimeia.
⚡️More explosions heard in Kyiv, explosions also reported in Lviv, Zhytomyr, Khmelnytsky, Dnipro, Ternopil.
- The Kyiv Independent (@KyivIndependent) October 10, 2022
Multiple explosions are being reported in cities all across the country. Eyewitnesses are reporting powerful explosions and power outages in Kyiv.
Estes bombardeamentos acontecem um dia depois de Moscovo acusar a Ucrânia pela explosão na ponte que liga a Crimeia à Rússia, que causou três mortos, e do ataque à cidade de Zaporíjia do qual resultaram 13 mortos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.114 civis mortos e 9.132 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.