Mais de 50 pessoas morreram e 212 ficaram feridas, esta terça-feira, durante uma debandada na cidade iraniana de Kerman, no sudeste do país, para o último adeus a Qassem Soleimani, morto na semana passada num ataque norte-americano e cujo enterro foi adiado.
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Segundo um novo balanço do responsável do Instituto Médico-Legal da cidade, Abbas Amian, divulgado pelos media iranianos, a debandada ocorrida durante o cortejo fúnebre do general iraniano Qassem Soleimani causou "mais de 50 mortos".
A agência oficial ISNA, citando o chefe dos serviços de socorro de Kerman, Mohammad Sabéri, indicou, por seu turno, que 212 pessoas ficaram feridas no acidente, "das quais um pequeno número" está em "estado grave".
Abbas Amian disse ainda que as 50 vítimas morreram asfixiadas.
Mulheres, homens, idosos e crianças estão entre as vítimas da debandada em Kerman, cujos hospitais estão em alerta e para onde se deslocou o ministro da Saúde.
De acordo com a televisão estatal iraniana, as mortes - cujo balanço é atribuído aos profissionais de saúde - registaram-se na sequência de uma confusão numa zona onde estariam concentradas dezenas de milhares de pessoas, para acompanharem as cerimónias fúnebres do comandante Qassem Suleimani. A tragédia acabou por levar ao adiamento do enterro, segundo adiantou a agência de notícias iraniana ISNA.
Um vídeo divulgado pelo canal mostra várias pessoas caídas no chão com equipas médicas a tentarem reanimá-las e outras já com o rosto coberto por lenços ou casacos.
À semelhança do que tem acontecido nos últimos dias em Teerão e outras cidades iranianas, a multidão encheu as ruas da cidade natal de Suleimani esta manhã para se despedir do homem que liderava a força de operações externas da Guarda Revolucionária, morto num ataque aéreo contra o carro em que seguia, em Bagdade (Iraque), ordenado por Donald Trump. No mesmo ataque, morreu também o número dois da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque (Multidão Popular) e outras oito pessoas.
O ataque ocorreu três dias depois de uma invasão à embaixada norte-americana na capital iraquiana, por apoiantes e membros da milícia Multidão Popular, composta principalmente por xiitas, que durou dois dias e só terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.
*Com Lusa