Os principais consumidores de produtos derivados de canábis em Portugal são homens que procuram relaxar. A conclusão é de um estudo do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência que procurou aprofundar o conhecimento sobre os padrões de utilização de drogas, visando a melhor adequação das políticas públicas.
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De acordo com o estudo, o consumidor tipo de CBD e/ou produtos de baixo teor de THC (siglas dos componentes químicos da canábis responsáveis pelos efeitos de tranquilidade e euforia, respetivamente), em Portugal, é homem (72% da amostra é do sexo masculino), jovem (49% tem entre 18 e 24 anos) e com formação superior (38% tem ensino superior completo e 20% está a frequentar). Cerca de 40% são empregados por conta de outrem e 45% vivem com os pais. São citadinos (72% vive numa cidade), sendo que 46% estão na região de Lisboa e Vale do Tejo e 26% da região Norte.
A amostra, constituída por 928 indivíduos que adquirem aquele tipo de produtos em loja, revela que o grande motivo é reduzir o stress/relaxar (71%), melhorar o sono (51%), tratar depressão/ansiedade (38%) e experimentar (34%). Outros motivos apresentados foram evitar/reduzir o consumo de canábis ilegal (19%), reduzir a dor/inflamação (18%), ficar com "a moca"/divertir (16%), socializar (13%), melhorar o desempenho na escola, desporto ou trabalho (12%) e para tratar sintomas de privação de canábis (9%).
Os consumidores revelam que adquirem geralmente produtos de CBD ou de baixo teor de THC sob a forma de flores (79%), charros/cigarros (25%) e resina (24%).
Os dados, divulgados esta sexta-feira pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) foram apurados através de um inquérito online aplicado entre março e maio de 2021, dirigido a utilizadores de drogas com 18 ou mais anos, em 30 países europeus, incluindo Portugal.