A Iniciativa Liberal (IL) avança, no início de setembro, com um projeto próprio destinado à legalização da canábis para uso pessoal.
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"A IL vai apresentar um projeto de legalização da produção, uso e venda de canábis em Portugal, que assegura a liberdade de cada um seguir as suas escolhas individuais, o esvaziamento total do mercado negro e das redes de narcotráfico e, por outro lado, segurança e informação máxima para os adultos que escolherem comprar canábis", adiantou ao JN o deputado Carlos Guimarães Pinto.
O deputado argumenta ainda que "o fracasso total do proibicionismo, que não impediu o uso de drogas na nossa sociedade e, pelo contrário, piorou o problema ao deixar as pessoas à mercê de um mercado criminoso, exige um corte total com o paradigma que vivemos até agora".
Em junho, Carlos Guimarães Pinto tinha explicado ao JN que a IL estava ainda a decidir se entregava a sua proposta para a legalização da canábis ou se trabalhava na especialidade com o BE o projeto de lei deste partido.
Audições após as férias
O grupo de trabalho avançou, antes das férias de verão, com uma proposta de várias audições que serão sujeitas à aprovação, na Comissão de Saúde. São audições ao Infarmed, à Direção-Geral de Saúde, à Ordem dos Médicos e ao Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências.
O parecer sobre o projeto do Bloco de Esquerda foi aprovado, com elogios do socialista Miguel Rodrigues. Este autor do parecer é membro da JS, que defende a legalização. O deputado socialista afirmou, na ocasião, ao JN que gostaria que o PS "pudesse também dar o seu contributo: com projeto próprio ou contribuindo para a reflexão".