Falta de divulgação sente-se em determinadas zonas. Área de estudos não deixa de ter dos melhores alunos.
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Dos 37 cursos com zero alunos colocados na 1.ª fase do concurso nacional, 26 são de vários ramos da Engenharia, a maioria ofertas em institutos politécnicos. Dos cursos de engenharias que ficaram desertos, cinco são de Engenharia Civil, três de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores ou de Telecomunicações e três Engenharia Alimentar, áreas onde se sente falta de mão qualificada. “Muito profissionais nestas áreas encontram taxas de empregabilidade de 100%, com as empresas a terem necessidade de contratar. São engenharias do futuro em matérias fundamentais e têm saída. Por isso, devem passar a estar mais sinalizadas” como opção para os estudantes de Ensino Secundário, “em detrimento de engenharias que se relacionam com a ciência do espaço e que hoje vemos a bater recordes”, explicou Bento Aires, presidente da Ordem dos Engenheiros da Região Norte.
Para o responsável, há um “caminho” a percorrer para levar mais jovens até às várias engenharias, mas já começou a ser trilhado: este ano, das vagas abertas para Engenharia Civil em todo o país, foram preenchidas 56,3% e, de Eletrotécnica, 65,8%. Bento Aires salienta que alguns dos cursos com médias mais elevadas são, precisamente, desta área de conhecimento. “A decisão de seguir um curso de engenharia não é tão fácil, pois necessita de mais empenho do que outros cursos. Isto não pode ser escondido, a matemática e a física, as disciplinas de acesso, são exigentes”.
Do total de 885 vagas que estes cursos oferecem e que sobram para a segunda fase, 639 são em engenharias. De forma global, há mais 11 cursos sem colocados em comparação com o ano passado, quando tinham ficado vazios 26 cursos. Já, em 2021, este número chegava aos 40. Dos desertos este ano, 32 são em politécnicos e cinco em universidades.