Desde o início do ano e até ao momento, cerca de 270 mil passageiros aéreos de Portugal têm direito a receber indemnizações. Estes valores estão relacionados com as perturbações que se registaram devido às greves e às perturbações devido ao aumento do tráfego aéreo.
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Segundo dados da AirHelp, uma start-up de apoio aos passageiros nos processos de reclamações, as perturbações nos voos desde o início do ano levaram a que cerca de 270 mil portugueses tenham direito a indemnizações. Em comunicado, a empresa aponta que "estas perturbações são o resultado de greves convocadas por diferentes companhias aéreas, do aumento da procura de voos e do aumento do tráfego aéreo".
Este valor "coloca Portugal no sexto lugar da Europa tendo em conta o número de passageiros que podem reclamar indemnização com sucesso", aponta a start-up ao JN. Portugal está apenas atrás da Alemanha, França, Espanha, Itália e Holanda. O valor nacional é também superior ao dos Estados Unidos da América - 140 mil passageiros.
De acordo com a empresa, "os passageiros estão protegidos e têm direito a indemnização se o seu voo for atrasado ou cancelado, ou se lhes for recusado o embarque e este atraso não for causado por uma circunstância extraordinária, tal como uma greve, um risco de segurança, condições meteorológicas extremas, agitação política ou civil".
Mais de mil voos cancelados
Só entre maio e julho, cerca de 158 mil portugueses estão elegíveis para indemnizações. A empresa adianta que no mesmo período, 22 500 voos tiveram perturbações e 1 120 foram cancelados, e que a procura pelos seus serviços aumentou 213% desde maio.
A nível mundial, 195 milhões de passageiros tiveram o seu voo com perturbações, sendo 79 milhões relativos a julho. E desse valor, 3,8 milhões têm direito a receber indemnizações, sendo metade apenas no mês de julho. Cerca de 33 milhões de passageiros tiveram o seu voo cancelado, dos quais perto de 12 milhões foram no mês de julho.
A AirHelp publicou um documento para informar os passageiros sobre os seus direitos quando os voos sofrem perturbações, por motivos de atraso, de cancelamento, ou de overbooking. A empresa entende que cerca de 85% dos viajantes não têm conhecimento dos seus direitos.
Pode chegar a 600 euros
A startup lembra aos passageiros que têm direito a uma compensação que pode ir até aos 600 euros tendo em conta a distância da viagem, o tempo de atraso e ainda o facto de ser um voo dentro ou fora da União Europeia. Têm também direito a viajar para o destino pretendido no próximo voo, ou ao reembolso do preço do bilhete.
Os passageiros podem ter acesso à assistência necessária de forma gratuita, nomeadamente refeições, alojamento e viagens, se for o caso. Têm ainda acesso a comunicações, nomeadamente duas chamadas via telefone e a possibilidade de enviar e-mails, faxs e mensagens. A empresa anuncia que os passageiros "poderão solicitar a sua compensação com efeitos retroativos, ou seja, até três anos após a data do seu voo".
O passageiro tem direito ainda à compensação monetária se a companhia aérea negar o embarque ao passageiro, desde que o passageiro não tenha comprometido a sua própria capacidade de embarcar no voo (como aparecer demasiado tarde, ou não tendo a documentação necessária, como o seu passaporte, visto, ou certificado de vacinação).
"Mesmo que a companhia aérea cancele o voo e reembolse o bilhete, ou forneça um voo de substituição para o destino original, na maioria dos casos os passageiros continuam a ter direito a uma indemnização para além do reembolso fornecido pela companhia aérea", reforça a start-up.