O líder do PSD afirmou que nenhum "princípio ou valor" do seu partido foi "posto em causa" com a celebração de um acordo com o PAN na Madeira. Luís Montenegro sublinhou também que "a porta não está fechada" para a IL, lembrando que os liberais irão decidir o seu sentido de voto "caso a caso" no arquipélago.
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"Não há nenhuma razão para poder tirar qualquer conclusão de que algum princípio ou valor do PSD está a ser posto em causa com o acordo que está projetado com o PAN", afirmou Montenegro, esta quarta-feira, na sede social-democrata, em Lisboa. Garantiu que o chefe do Governo regional, Miguel Albuquerque, o foi mantendo sempre "ao corrente" das negociações.
Montenegro repetiu, por várias vezes, que a decisão de recorrer ao PAN para garantir a governabilidade na Madeira é da responsabilidade dos órgãos regionais do partido. Questionado, mostrou-se "totalmente confortável" com o facto de Miguel Albuquerque, se ter aliado aos animalistas.
O líder social-democrata reforçou que vê "com muita normalidade" o rubricar de um acordo parlamentar entre PSD e PAN. "A relação de duas forças políticas no contexto nacional não tem de ser, necessariamente, a relação de duas forças políticas no contexto regional. As coisas são diferentes", explicou.
Porta aberta à IL e garantia aos agricultores
Montenegro fez ainda questão de garantir que o acordo com o partido animalista - anti-touradas e com posições restritivas no que toca à produção e consumo animal - não colide "com o trabalho que estamos a desenvolver com os agricultores e o mundo rural".
Recorde-se que, na terça-feira, a Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) manifestou, em comunicado, o seu "veemente desacordo" com o facto de o PSD ter escolhido o PAN como aliado, uma vez que este partido "coloca ao mesmo nível pessoas e animais".
Questionado sobre se preferia que o PSD tivesse celebrado um acordo parlamentar com a IL - partido ideologicamente mais próximo dos sociais-democratas -, Montenegro voltou a dizer que essa decisão cabe aos órgãos regionais. No entanto, acrescentou: "Tanto quanto sei, a porta não está fechada para a IL".
O líder laranja lembrou que, após as eleições madeirenses, os liberais se mostraram disponíveis a "dialogar caso a caso, decreto a decreto, orçamento a orçamento". "Não me parece que se esteja numa situação de confrontação partidária", acrescentou, lembrando que o próprio Miguel Albuquerque também já fez saber que admite negociar com a IL.