Círculo eleitoral de Viana do Castelo repete as cabeças de lista do ano passado nas principais forças políticas em disputa.
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A julgar pelos resultados das legislativas de 2024, a eleição dos cinco deputados do círculo eleitoral de Viana do Castelo joga-se no triângulo AD, PS e Chega, com os mesmos cabeças de lista.
Às eleições de 18 de maio candidatam-se José Pedro Aguiar-Branco pela AD, Marina Gonçalves pelo PS e Eduardo Teixeira pelo Chega.
Em 2024, a AD elegeu dois deputados com 34,72% dos votos (49 613), o PS dois com 28,15% (40 237) e o Chega, um, com 18,64% (26 635). AD e Chega apostam, desta vez, na eleição de mais um deputado.
“A nossa expectativa é que a AD consiga superar os resultados obtidos em 2024 no distrito de Viana do Castelo e, se possível, eleger mais um deputado. Reconhecemos que é uma meta ambiciosa, mas é isso que temos sentido no contacto com as pessoas nas ruas, onde a adesão tem sido muito expressiva”, afirma Aguiar-Branco.
Por seu turno, Eduardo Teixeira, do Chega, refere que aquele partido “parte para estas eleições legislativas com o objetivo claro de manter o mandato que conquistou e lutar por um segundo mandato na região”. “Nas últimas eleições, foram necessários cerca de 15 mil votos para eleger um deputado por Viana do Castelo. O Chega teve quase 28 mil. Superámos largamente esse limiar, o que demonstra que a alternativa ao bipartidarismo está consolidada e que o Alto Minho confia no nosso trabalho”, defende o candidato.
Já Marina Gonçalves, número 1 do PS, declara que, “num distrito marcadamente bipartido entre PSD/CDS e PS, é fundamental garantir que o nosso voto conta para mudar o rumo do país e por isso é tão relevante o voto no Partido Socialista”. “Só será possível garantir uma mudança de política e de Governo se o voto dos alto-minhotos for no PS, único partido deste espectro político com representação parlamentar”, comenta.
No que toca a linhas programáticas, os socialistas acenam com a bandeira da “redução dos custos com mobilidade através da (já concretizada) eliminação do pórtico de Neiva da A28”.
E apontam como prioridades “a promoção de uma resposta social centrada no alto-minhoto com uma saúde de proximidade”, rendas acessíveis “para a classe média”, e ainda “mais e melhores acessibilidades”, assim como medidas “de promoção do transporte coletivo, com novas respostas intergeracionais”.
A AD indica como prioridade “continuar a desenvolver o trabalho da última legislatura”.
“No Alto Minho, o ano foi marcado por um forte impulso ao desenvolvimento, com o arranque de um ambicioso programa de obras em escolas, centros de saúde, creches, lares e habitação. A aposta no conhecimento e na inovação traduziu-se na criação de Centros Tecnológicos Especializados e de Inovação, fundamentais para aproximar o ensino profissional das empresas e dinamizar setores estratégicos como a indústria, o agroalimentar e a energia oceânica”, descreve, destacando ainda o avanço do projeto da linha de alta velocidade entre Lisboa, Porto, Valença e Vigo, como “um passo decisivo para o futuro do distrito” de Viana do Castelo.
Pelo Chega, Eduardo Teixeira considera prioritárias a saúde, segurança, a habitação acessível, a economia e poder de compra, com criação de “emprego qualificado”, e a “proximidade com as pessoas”.
“A nossa missão é construir um Alto Minho com mais oportunidades, mais qualidade de vida e mais justiça social”, indica, defendendo que o território “precisa de políticas sérias, determinadas e orientadas para os cidadãos, não para manter o sistema, mas para mudar o sistema”.
Pormenores
Menos um deputado
Com 232 603 eleitores (março de 2025), o distrito de Viana do Castelo (208 freguesias), vai eleger, pela segunda vez na história, apenas cinco deputados. Com o emagrecimento populacional, perdeu em 2024 um eleito para o círculo eleitoral de Setúbal.
13 candidaturas
Na corrida estão um total de 13 listas [menos uma que no ano passado. A Nova Direita (ND) não apresentou candidatura]: Reagir Incluir Reciclar (RIR), CDU, Bloco de Esquerda (BE), Alternativa Democrática Nacional (ADN), Ergue-te, Volt Portugal, Partido Socialista, Livre, Iniciativa Liberal (IL), PAN, Chega, AD e PPM.