O número de ocorrências reportadas pelos diretores no ano letivo 2019/2020 foi de 1263 e no ano passado 698, revelou esta sexta-feira o ministro da Educação, no Parlamento. Dois depois de ser revelada a agressão de uma professora na Figueira da Foz, André Ventura afirmou que todos os dias há "agressões de ciganos às portas das escolas". João Costa nega que haja um problema de insegurança e acusa o Chega de proferir um "discurso de ódio".
Corpo do artigo
As agressões eram o tema e o debate tornou-se tenso com a troca de acusações a subir de tom.
"Não há discurso de ódio, é a realidade que negam", afirmou André Ventura, revelando que há um professor agredido a cada três dias. João Costa acusou o líder do Chega de "não gostar de dados mas de gostar de atirar números. E repetiu: o número de ocorrências reportadas pelos diretores na plataforma do Sistema de Informação de Segurança Escolar diminuiu para metade nos últimos anos. No ano letivo 2019/2020 foram reportadas 698, em 2020/2021, 437 e no ano letivo passado 698. O ministro defendeu que o programa Escola Segura é "eficaz", que aos professores é "disponibilizado apoio" e condena todos os atos de agressão independentemente da "cor da pele".
No discurso de abertura do debate setorial, o ministro defendeu que o ano letivo arrancou "de forma tranquila", quase "sem o país dar por ele".O PSD recordou que as aulas começaram com cerca de 60 mil alunos sem todos os professores e acusou o Governo de nada fazer para resolver a falta de professores. João Costa, por seu lado, culpou o PSD de na governação Passos Coelho, ter feito sair da profissão 28 mil docentes.
"Passar as culpas para o PSD para quem está no governo há sete anos é muito fácil", atirou António Cunha. O tem motivou um passa-culpas, apesar de João Costa frisar que não culpabiliza ninguém, apenas faz "assumpção de responsabilidades". O ministro recordou que desde 2015 vincularam nos quadros mais de 15 mil professores. E que as medidas aplicadas este ano letivo mitigaram as dificuldades de preenchimentos dos horários de professores.
Interpelado sobre quando se realizarão as 7500 juntas médicas anunciadas para vigiar as baixas dos professores, o ministro voltou a dizer que o processo "está em fase de adjudicação".