Aguiar-Branco terá estilo "diferente" do de Santos Silva e recusa "dramatizar" efeito Chega
O novo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, antevê um mandato "desafiante", mas diz-se "esperançoso" e nega sentir-se "diminuído" pelo facto de só ir ocupar o cargo durante dois anos, em virtude do acordo entre PSD e PS. Promete um estilo "diferente" do de Santos Silva, seu antecessor.
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Questionado sobre se antevê um mandato difícil devido ao facto de o Chega ter, agora, 50 deputados, Aguiar-Branco respondeu que não se deve "dramatizar". Lembrando que viveu todos os acontecimentos políticos desde o 25 de Abril, afirmou: "Houve momentos muitíssimo mais complicados do que o de hoje".
Desta forma, a recém-eleita segunda figura do Estado asfastou qualquer tratamento diferenciado face ao Chega. "Vou lidar com os 229 deputados com o mesmo registo de lealdade, equidade e rigor. Acho que é isso que se espera de um presidente da Assembleia da República", referiu, acrescentando que, no final da legislatura, caberá aos portugueses "julgar" o seu mandato.
Sobre se adotará um estilo similar ao de Augusto Santos Silva - marcado por várias quezílias com o Chega -, Aguiar-Branco respondeu: "Cada um tem a sua forma de liderar. A minha vai ser, seguramente, diferente".
Questionado acerca dos contornos do acordo PSD-PS com vista à sua eleição - que implica que, em setembro de 2026, seja substituído por um socialista -, Aguiar-Branco garantiu não se sentir "diminuído". Assegurou que essa solução teve como fim ir ao encontro do "interesse nacional", o que só "engrandece" os envolvidos.
O novo líder do Parlamento revelou ter tentado contactar Pedro Nuno Santos por telefone antes de avançar com a sua candidatura, referindo que este não terá atendido nem respondido à mensagem. Aguiar-Branco terá, em consequência, contactado Francisco Assis para que informasse o PS.
Mais tarde, em resposta, o secretário-geral socialista respondeu que o novo presidente do Parlamento só tentou falar com ele 15 minutos antes de se assumir como candidato. "Não é assim que a democracia funciona", alertou.