Agravamento no Algarve obriga a estudar construção de dois novos açudes. Região tem água para um ano.
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A falta de chuva que se fez sentir no mês de novembro no Sul do país agravou as disponibilidades hídricas das bacias do Alentejo e do Algarve. Sado (25,1% da capacidade), Mira (46,7%), Barlavento (29,3%) e Arade (39,8%) viram o volume de água armazenado diminuir, tanto face a outubro como ao período homólogo de 2018 e 2017 (neste caso, com exceção do Sado devido às transferências do Alqueva).
"A chuva que caiu não trouxe boas notícias" abaixo da bacia do Tejo, frisa ao JN o ministro do Ambiente e Ação Climática, perante o cenário de escassez naquelas regiões. Em sentido inverso, João Matos Fernandes destaca a "recuperação expressiva em oito bacias a norte do Tejo, incluindo o Tejo". Dados que, sublinha, "confirma" o que a tutela vem afirmando: "A seca a sul do Tejo tem um caráter estrutural".
O que motivou, aliás, as reuniões que o ministro do Ambiente e a ministra da Agricultura tiveram, sábado, com representantes dos municípios e dos setores da Agricultura e do Turismo do Alentejo e do Algarve.
Dois açudes no Algarve
Daqueles encontros resultou o compromisso, revela Matos Fernandes, "de no final de fevereiro ter as bases de um plano de eficiência hídrica". Numa lógica de "redução de perdas e de eficiência do uso".
No caso particular do Algarve, que tem água para um ano, o governante revela que está a ser estudada, pela Águas de Portugal, a "construção de dois açudes, cada com 20 hectómetros cúbicos, um junto a Odelouca [a albufeira está a 35%], na ribeira de Monchique; e outro em Odeleite/Beliche [a 34% e 27%, respetivamente], na ribeira da Foupana, para reforçar a capacidade hídrica".
Açudes que, deixa claro Matos Fernandes, só serão construídos "com o compromisso de um uso mais eficiente da água do que aquele que tem sido feito". O objetivo é garantir que "não vai haver menos água, sendo que mais água não é possível".